Descrição de chapéu Opinião e sociedade Datafolha

Confiança nos militares atinge menor índice

34% confiam muito nas Forças Armadas, ante 45% em abril de 2019

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Na avaliação sobre as instituições brasileiras, a Presidência da República é vista como muito confiável por 24%, e 40% dizem confiar um pouco. Um em cada três (34%) diz não confiar na Presidência, e 1% não respondeu. A desconfiança na Presidência é mais alta entre quem tem curso superior (40%), entre brasileiros da região sul (42%), no segmento evangélico (44%) e nas faixas de renda familiar acima de 2 salários (40% entre quem tem renda entre 2 e 5 salários, 43% no grupo com renda de 5 a 10 salários, e 41% entre quem mora em domicílios com renda superior a 10 salários). Entre quem votou em Bolsonaro no segundo turno da eleição de 2022, 61% não confiam na Presidência, e somente 4% confiam muito.

Em julho de 2019, no primeiro ano do governo Bolsonaro, 28% confiavam muito na Presidência da República, 40% confiavam um pouco, e 31% não confiavam. Na série histórica do Datafolha sobre o tema, as taxas mais altas de desconfiança nessa instituição foram atingidas em junho de 2017 (65%) e junho de 2018 (64%), quando o país era presidido por Michel Temer (MDB), vice de Dilma Rousseff (PT) que foi retirada do cargo por um processo de impeachment.

Dois em cada dez (20%) confiam muito no STF (Supremo Tribunal Federal), e 40% confiam um pouco. Há 38% que não que confiam no STF, e 2% não opinaram. Quando considerado o Poder Judiciário, isto é, juízes e desembargadores, o nível de alta confiança é de 21%, e 48% confiam um pouco. Há 29% que desconfiam de juízes e desembargadores, e 2% não opinaram.

Na comparação com pesquisa realizada em 15 de setembro de 2021, uma semana após os ataques do então presidente Jair Bolsonaro aos ministros do STF durante o feriado de comemoração da independência, a taxa de desconfiança no tribunal ficou estável (era de 38%), a taxa de muita confiança teve ligeiro aumento (era de 15%), e recuou na mesma proporção o índice dos que confiam pouco (era de 44%) no STF

A taxa dos que confiam um pouco nos partidos políticos é de 46%, a mesma dos que não confiam (46%), e os demais confiam muito (7%) ou preferiram não opinar. A taxa de desconfiança nos partidos registrada em setembro de 2023 é a menor da série histórica, que tem início em 2012 e conta com 10 registros, incluindo o atual. É também a primeira vez que fica abaixo de 50%.

A mesma tendência é registrada na avaliação da confiança dos brasileiros no Congresso Nacional, isto é, nos deputados e senadores, que é considerado muito confiável por 9%, um pouco confiável por 55%, e como nada confiável por 35%, além de 1% que não quis opinar. Desde 2012, é a taxa de desconfiança mais baixa já verificada, e a primeira vez que fica abaixo de 40%.

Dizem confiar muito no Ministério Público, isto é, nos promotores e procuradores, cerca de um quinto dos brasileiros (19%), e 51% confiam um pouco, com taxa de desconfiança de 28% e 2% sem opinião.

Um terço dos brasileiros (34%) confia muito nas Forças Armadas, e 44% confiam um pouco. Há 21% que não confiam, e 1% não opinou. Em abril de 2019, na primeira pesquisa de avaliação da confiança das Forças Armadas sob o governo Jair Bolsonaro, 45% diziam confiar muito nessa instituição, e desde então esse índice vem recuando: passou para 42% em julho do mesmo ano, para 37% em setembro de 2021 e agora atinge 34%, o menor índice registrado na série histórica sobre as Forças Armadas, que tem início em 2017.

A taxa dos que confiam muito nas Forças Armadas é mais alta entre homens (40%) do que entre mulheres (28%), e é similar entre eleitores de Lula (35%) e Bolsonaro (32%) considerando o voto no segundo turno de 2022.

Em relação à imprensa, 20% dizem confiar muito, e 48%, um pouco, com 31% de desconfiança e 1% sem opinião. As grandes empresas brasileiras são vistas com muita confiança por 25%, e com desconfiança por 19%, enquanto a maioria (55%) confia um pouco.

As redes sociais aparecem com o índice mais alto de desconfiança (46%), e os demais confiam muito (8%), um pouco (45%) ou não opinaram sobre a confiança nessas ferramentas.

Uma parcela pequena (7%) de eleitores de Bolsonaro e Lula se arrependem de suas escolhas no segundo turno da última eleição presidencial, enquanto 92% declaram ter escolhido o melhor candidato e não se arrepender dessa escolha, além de 1% sem opinião a respeito. O atual presidente tem 7% de eleitores arrependidos, no mesmo nível de seu antecessor (6%).

Entre os que votaram em branco ou nulo no segundo turno da última eleição para presidente, 79% estão convictos de que fizeram a melhor escolha, e há 18% que avaliam que deveriam ter escolhido um dos dois nomes que disputavam o cargo, além de 3% que não opinaram.

No grupo de brasileiros que declara ter votado em Jair Bolsonaro contra Lula, 48% mantém nele o mesmo nível de confiança que tinham na eleição, e 36% dizem que a confiança desde então aumentou. Há 15% que declaram ter menos confiança em Bolsonaro do que na época da votação, e 1% não opinou sobre o tema.