A maioria (72%) dos brasileiros é contra legalizar a maconha no Brasil para uso geral, incluindo recreação, e somente 23% são a favor, com os demais indiferentes (3%) ou sem opinião sobre o tema (2%),
A posição favorável à legalização tem índices acima da média entre os mais jovens, de 16 a 24 anos (36%), e na faixa seguinte, de 25 a 34 anos (32%). Na parcela dos mais velhos, com 60 anos ou mais, cai para 11%. Entre os mais escolarizados, 31% são a favor da legalização, mesmo índice registrado na faixa de renda de 5 a 10 salários.
Entre quem votou em Lula (PT) no segundo turno da eleição de 2022, 31% apoiam a legalização da maconha para qualquer tipo de uso, enquanto no eleitorado de Jair Bolsonaro (PL) esse índice é de 12%.
Informados de que o STF (Supremo Tribunal Federal) está julgando um caso que pode descriminalizar, ou seja, deixar de tratar como crime, a posse de pequenas quantidades de maconha, 36% apoiam a proposta de descriminalização, e 61% são contra, com 3% sem opinião.
Entre os mais jovens, o apoio a deixar de tratar como crime a posse de pequenas quantidades de maconha tem o apoio de 50%, e 46% são contra. Na parcela dos mais escolarizados, 44% são favoráveis, e 53%, contrários.
Na analise por renda, nota-se que os mais pobres são os mais refratários ä descriminalização do porte de pequenas quantidades de maconha: na faixa de renda de até 2 salários, 32% são a favor de descriminalizar, índice que vai a 40% na faixa de 2 a 5 salários, fica em 39% na faixa de 5 a 10 salários, e alcança 55% entre os mais ricos, com renda superior a 10 salários. Entre os evangélicos, o apoio à descriminalização fica em 27%.
Consultados sobre conhecimento e nível de informação sobre o uso medicinal da maconha ou cannabis, 85% disseram ter algum conhecimento sobre o assunto, divididos entre aqueles que se sentem bem informados sobre ele (32%), os mais ou menos informados (42%) e os mal informados (11%). Há 13% que desconhecem totalmente o tema, e 2% que preferiram não opinar.
Após medir esse conhecimento, o Datafolha perguntou aos brasileiros sobre o posicionamento em relação a maconha medicinal, informando previamente que "a maconha medicinal, também conhecida como Cannabis medicinal pode ser utilizada para tratamento medicinal de várias doenças".
Pensando no Brasil, 76% são a favor de legalizar o uso da maconha como remédio, e 22% são contra, com 1% indiferente e 2% sem opinião. Esse apoio é majoritário em todos os segmentos, inclusive entre evangélicos (67%), eleitores de Bolsonaro (69%) e brasileiros com 60 anos ou mais (66%).
Dois em cada três (67%) brasileiros com 16 anos ou mais também são a favor do plantio de maconha para fins medicinais no Brasil, e 31% são contra, com 2% indiferentes e 1% sem opinião.
Uma parcela de 2% dos brasileiros diz já ter usado algum medicamento à base de maconha, e 1% está usando atualmente.
Entre os 97% que nunca usaram remédios derivados da cannabis, 60% dizem que com certeza aceitariam ser tratados com maconha se esse fosse o tratamento mais indicado por um médico de sua confiança, e há 15% que talvez aceitassem esse tipo de indicação. Uma parcela de 23% não aceitaria ser tratado com maconha mesmo que essa fosse a indicação de um médico de sua confiança, e 2% não opinaram.
Entre os homens, 67% aceitariam com certeza o tratamento com cannabis, índice superior ao registrado entre mulheres (54%). No segmento evangélico, 50% certamente aceitariam uma indicação médica e usariam medicamento a base de maconha, e 17% talvez aceitassem. Entre católicos esses índices ficam em 61% e 14%, respectivamente.
Na população brasileira com 18 anos ou mais, 22% já fumaram maconha alguma vez na vida (30% dos homens e 14% das mulheres), sendo que 5% dizem fumar maconha atualmente (8% dos homens e 3% das mulheres).