Metade dos brasileiros (52%) avalia que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu crime ao vender as joias recebidas de autoridades estrangeiras durante o seu mandato, 38% avaliam que Bolsonaro não cometeu crime e 10% não opinaram.
A avaliação de que o ex-presidente cometeu crime é mais alta entre os que têm 16 a 24 anos (63%), entre os moradores da região Nordeste (62%) e entre os que se autodeclararam identificados com o PT (85%). Por outro lado, a avaliação que Bolsonaro não cometeu crime é mais alta entre os evangélicos (50%) e entre os que se autodeclararam como Bolsonaristas (75%).
Entre os que têm conhecimento sobre o caso da venda ilegal das joias, os índices são semelhantes aos da população: 55% avaliam que Bolsonaro cometeu crime ao vender as joias, 38% avaliam que não cometeu e 7% não opinaram.
A maioria (68%) avalia que o ex-presidente Bolsonaro sabia da venda ilegal das joias recebidas durante o seu mandato – esse índice é majoritário em todas as variáveis socioeconômicas. Já, 17% avaliam que o Bolsonaro não sabia e 15% não opinaram.
O atual levantamento foi realizado nos dias 12 e 13 de setembro de 2023, com 2.016 entrevistas presenciais em 139 municípios, com população de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.
Três em cada quatro entrevistados (77%) declararam ter conhecimento das investigações da Polícia Federal sobre a venda ilegal de presentes de alto valor, como joias e relógios, dados por autoridades de outros países ao ex-presidente Jair Bolsonaro durante o seu governo – esse índice é majoritário em todas as variáveis sociodemográficas. Desses, 31% responderam estar bem informados, 37% mais ou menos informados e 9% mal informados. Uma parcela de 21% declarou não ter conhecimento sobre o tema e 2% não responderam.
São observadas taxas mais altas de muito conhecimento sobre o tema entre os homens (38%), entre os que têm 45 a 59 anos (39%), entre os mais instruídos (46%) e entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 a 10 salários mínimos (48%). Já, a taxa de desconhecimento é mais alta entre os que têm 16 a 24 anos (33%).
Os brasileiros ficaram divididos se presentes de alto valor dados por autoridades de outros países para o presidente da República devem ser considerados bens pessoais ou bens públicos. Para 47%, esses presentes devem ser considerados bens pessoais, para 42%, devem ser considerados bens públicos e 11% não opinaram.
O índice daqueles que avaliam que presentes de alto valor devem ser considerados bens pessoais do presidente é mais alto entre os evangélicos (56%), entre os simpatizantes do PL (66%) e entre os que se auto declararam como Bolsonaristas (70%). Já, o índice daqueles que avaliam que esses tipos de presentes devem ser considerados bens públicos é mais alto entre os mais instruídos (53%), entre os que possuem renda familiar de mais de 10 salários mínimos (59%), entre os que se autodeclararam identificados com o PT (58%) e entre os que estão bem informados sobre o caso da venda ilegal de joias envolvendo o ex-presidente Bolsonaro (51%).
A maioria dos brasileiros (61%) avalia que oficiais militares que participaram da administração de Jair Bolsonaro estão envolvidos em irregularidades, 25% avaliam que não estão envolvidos e 14% não opinaram.
A parcela que avalia que os militares não estão envolvidos em irregularidades do governo Bolsonaro é mais alta entre os evangélicos (37%), entre os moradores do Centro-Oeste e do Norte (35%) e entre os que se auto declararam como Bolsonaristas (52%).
Os brasileiros ficaram divididos sobre a participação de militares em governos civis. Para 48%, os militares não deveriam participar (esse índice sobe para 55% entre os mais instruídos), para 47% deveriam participar e 5% não opinaram.
O apoio à participação de militares em governos civis é mais alto entre os evangélicos (58%) e entre os que se auto declararam como Bolsonaristas (67%). Por outro lado, a oposição à participação de militares é mais alta entre os mais instruídos (55%) e entre os que se autodeclararam identificados com o PT (62%).