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Avaliação do governo Lula permanece estável

Em período semelhante de tempo, índices são piores aos observados nos dois governos Lula anteriores e no de Dilma no primeiro mandato

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A avaliação do governo Lula (PT) ficou estável no período de setembro a dezembro. Quatro em cada dez (38%) avaliam o governo federal como ótimo ou bom (mesmo índice de setembro), 30% avaliam como regular (eram 30% em setembro) e 30% avaliam como ruim ou péssimo (eram 31%). Uma parcela de 2% não opinou (eram 2%).

A taxa de aprovação ao governo Lula é mais alta entre os menos instruídos (50%), entre os que têm 45 a 59 anos (46%), entre os moradores da região Nordeste (48%), entre os que ser autodeclararam como pretos (46%), entre os católicos (43%, ante 26% entre os evangélicos) e entre os que recebem o Bolsa Família (46%, ante 35% entre os que não recebem). Por outro lado, a taxa de reprovação é mais alta entre os mais instruídos (39%), entre os que possuem renda familiar de mais de 10 salários mínimos (47%), entre os empresários (56%), entre os moradores da região Sul (39%), entre os que se autodeclararam como brancos (38%) e entre os evangélicos (38%, ante 28% entre os católicos).

O presidente Lula vestido de terno e camisa azul, discursando na frente de um microfone preto. Ao fundo, temos a bandeira nacional do Brasil e bandeira presidencial do Brasil.
O presidente Lula participa de cerimônia de Sanção de Projeto de Lei que estabelece pensão para filhos de pessoas com hanseníase submetidas compulsoriamente a isolamento ou internação, no Palácio do Planalto. - Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Em comparação aos mandatos anteriores de Lula, em período semelhante de tempo, as atuais taxas de avaliação de governo são piores: em dezembro de 2003, 42% aprovavam o governo do petista e 15% o reprovavam, e em novembro de 2007 (no segundo mandato), 50% o aprovavam e 14% o reprovavam.

Já, em relação ao governo de Jair Bolsonaro (PL), em período semelhante de tempo, Lula tem um desempenho melhor: em dezembro de 2019, 30% aprovavam a gestão Bolsonaro e 36% a reprovavam.

O atual levantamento foi realizado no dia 05 de dezembro de 2023, com 2.004 entrevistas presenciais em 135 municípios, com população de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

A parcela que avalia que o presidente Lula fez pelo país menos do que se esperava vem crescendo: eram 51% em março, 53% em setembro e agora, 57%. Para 24%, Lula fez o que se esperava (eram 25% setembro e março) e para 16%, fez mais do que se esperava (era 17% em setembro e 18% em março). Uma parcela de 4% não opinou ou deu outras respostas (eram 5% em setembro).

Com relação às falas do presidente Lula, as taxas ficaram estáveis. Quatro em cada dez (40%) declararam nunca confiar nelas (eram 42% em setembro), 35% as vezes confiam (eram 34%), 24% confiam sempre (eram 23%) e 1% não opinou (mesmo índice anterior).

São observadas taxas mais altas de ‘nunca confia’ nas falas do presidente entre os empresários (68%), entre os moradores da região Sul (48%) e entre os evangélicos (51, ante 36% entre os católicos). Já, a taxa de ‘confia sempre’ é mais alta entre os que possuem 45 a 59 anos (33%), entre os que possuem 60 anos ou mais (36%), entre os menos instruídos (38%), entre os católicos (30%, ante 15% entre os evangélicos) e entre os moradores da região Nordeste (35%). A taxa de quem ‘confia as vezes’ nas falas do presidente fica acima da média entre os que têm 16 a 24 anos (54%).

As taxas de confiança nas falas de Lula são próximas às observadas para Jair Bolsonaro, em período semelhante de tempo. Em dezembro de 2019, 43% nunca confiavam nas falas de Bolsonaro, 37% as vezes confiavam e 19% sempre confiavam.

SAÚDE SEGUE COMO PRINCIPAL PROBLEMA DO PÁIS; DE SETEMBRO À DEZEMBRO ÍNDICE DE MENÇÕES À SAÚDE CRESCEU DE 17% PARA 23%, ENQUANTO MENÇÕES À VIOLÊNCIA RECUARAM DE 17% PARA 10%

Das 14 áreas pesquisadas, em 11 a taxa de aprovação melhorou em comparação ao governo anterior

Considerando as áreas de responsabilidade do governo federal,a área da saúde é avaliada pelos brasileiros como o principal problema do país, com 23% das menções espontâneas (eram 17% em setembro). A área da saúde foi o principal problema do país ao longo de todo o governo Bolsonaro e alcançou o ápice de menções em dezembro de 2020, quando foi citada por 30%, e há um ano tinha 21%.

Na sequência do principal problema do país aparecem: violência, com 10% (tinha 17% em setembro), educação, com 10% (tinha 11%), corrupção, com 8% (tinha 6%), desemprego, com 7% (tinha 9%), fome e miséria, com 7% (tinha 6%), economia, com 6% (tinha 8%), má administração, com 4% (tinha 1%), desigualdade social, com 2% (mesmo índice anterior), inflação, com 2% (mesmo índice anterior) e a política, com 2% (tinha 1%), entre outras respostas menos citadas. Uma parcela de 6% não opinou (mesmo índice anterior).

A taxa de menções à saúde é mais alta entre as mulheres do que entre os homens (26%, ante 19%) e entre os que possuem renda familiar mensal de até 2 salários mínimos do que entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 10 salários mínimos (26%, ante 14%). Já, educação alcança taxas mais altas entre os mais instruídos (16%) e entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 10 salários mínimos (23%).

Na avaliação específica de áreas de governo, das 14 pesquisadas, o governo Lula tem melhor desempenho nas áreas da Cultura, Esporte e Turismo e, pior desempenho nas áreas de combate a corrupção, segurança pública e saúde.

Na área da Cultura, 43% avaliam o governo Lula como ótimo ou bom, 29% como regular, 25% como ruim ou péssimo e 3% não opinaram. Na área do Esporte, 42% avaliam o governo federal como ótimo ou bom, 31% como regular, 22% como ruim ou péssimo e 5% não opinaram. Na área do Turismo, 42% avaliam o governo como ótimo ou bom, 30% como regular, 21% como ruim ou péssimo e 7% não opinaram.

Na sequência ficaram as áreas da Ciência e Tecnologia (com 39% de ótimo ou bom, 33% de regular, 22% de ruim ou péssimo e 6% não opinaram), Relações Exteriores (com 35% de ótimo ou bom, 29% de regular, 28% de ruim ou péssimo e 8% não opinaram), Habitação (com 32% de ótimo ou bom, 36% de regular, 29% de ruim ou péssimo e 3% não opinaram), Educação (com 30% de ótimo ou bom, 32% de regular, 37% de ruim ou péssimo e 1% não opinaram) e Meio Ambiente (com 30% de ótimo ou bom, 29% de regular, 38% de ruim ou péssimo e 2% não opinaram).

Com taxas de aprovação mais baixas ficaram as áreas: Combate à fome e à miséria (com 28% de ótimo ou bom, 31% de regular, 40% de ruim ou péssimo e 1% não opinou), Combate ao desemprego (com 26% de ótimo ou bom, 33% de regular, 41% de ruim ou péssimo e 1% não opinou) e Economia (com 24% de ótimo ou bom, 33% de regular, 42% de ruim ou péssimo e 2% não opinaram).

E, com os piores índices de aprovação ficaram as áreas: Segurança pública (com 20% de ótimo ou bom, 29% de regular, 50% de ruim ou péssimo e 1% não opinou), Saúde (com 20% de ótimo ou bom, 31% de regular, 49% de ruim ou péssimo e 1% não opinou) e Combate à corrupção (com 15% de ótimo ou bom, 23% de regular, 59% de ruim ou péssimo e 3% não opinaram).

De maneira geral, observam-se que as taxas de aprovação com as 14 áreas de atuação do governo federal são mais altas entre os menos instruídos e, que as taxas de reprovação são mais altas entre os mais instruídos.

Em comparação, ao governo de Bolsonaro, no mesmo período de tempo, em 11 das 14 áreas a taxa de aprovação aumentou, em 2 áreas diminuiu e em 1 ficou igual. As áreas cujas taxas de aprovação cresceram foram Cultura (era 28% em dezembro de 2019), Turismo (era 34%), Esporte (era 38%), Ciência e tecnologia (era 32%), Relações exteriores (era 27%), Habitação (era 22%), Educação (era 21%), Meio ambiente (era 23%), Combate à fome e à miséria (era 14%), Combate ao desemprego (era 16%) e Saúde (era 15%).

Já, as áreas cujas taxas de aprovação recuaram foram Segurança pública (era 27% em dezembro de 2019) e Combate à corrupção (era 29%). A única área com taxa de aprovação estável foi da Economia (era 25%).

58% DOS BRASILEIROS AVALIAM QUE OS RECURSOS PÚBLICOS DO PAÍS SÃO SUFICIENTES

A maioria dos brasileiros (58%) avalia que os recursos públicos do país são suficientes, desses, 17% avaliam que os recursos são bem aplicados em serviços para a população e 40% avaliam que os recursos são mal aplicados. Já, para 39%, os recursos são insuficientes, desses, 28% avaliam que são insuficientes e mal aplicados e 12%, que são insuficientes e bem aplicados. Uma parcela de 3% não opinou.

Em comparação ao levantamento anterior, de dezembro de 2019, cresceu a taxa daqueles que avaliam que os recursos do país são suficientes. Naquela data, 48% avaliavam que os recursos eram suficientes (para 10%, eram suficientes e bem aplicados e para 38%, eram suficientes e mal aplicados) e 49% avaliavam que eram insuficientes (para 12%, eram insuficientes e bem aplicados e para 37%, eram insuficientes e mal aplicados).

A percepção que os recursos do país são suficientes e bem aplicados fica acima da média entre os menos instruídos (28%, ante 6% entre os mais instruídos), entre os que possuem renda familiar mensal de até 2 salários mínimos (22%, ante 7% entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 10 salários mínimos), entre os moradores da região Nordeste (26%) e entre os que aprovam o governo Lula (39%, ante 1% entre os que reprovam o governo). Já, a percepção que os recursos do país são suficientes e mal aplicados fica acima da média entre os homens (45%, ante 36% entre as mulheres), entre os que têm 16 a 24 anos (47%), entre os mais instruídos (54%, ante 28% entre os menos instruídos), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 a 10 salários mínimos (58%, ante 33% entre os que possuem renda familiar mensal de até 2 salários mínimos) e entre os que reprovam o governo Lula (54%, ante 24% entre os que aprovam o governo)