Descrição de chapéu Opinião e sociedade Datafolha

Sentimento de orgulho de ser brasileiro recua de 83%, em 2023, para 74%

Sentimento de orgulho em relação a Lula cai de 54% em 2005 para 40% agora

BAIXE O RELATÓRIO COMPLETO

Pesquisa Datafolha mostra que a maioria dos brasileiros segue com sentimento de mais orgulho do que vergonha de ser brasileiro, porém, o índice recuou na comparação com a pesquisa anterior, de dezembro de 2023. Agora, três em cada quatro (74%) declararam sentir mais orgulho do que vergonha de ser brasileiro (eram 83%), 24% declararam sentir mais vergonha do que orgulho (eram 16%), 1% deu outras respostas (mesmo índice anterior) e 2% não opinaram (era 1%).

A taxa de sentimento de mais orgulho do que vergonha é majoritária em todas as variáveis sociodemográficas e apresenta diferença por avaliação do governo Lula. Entre os que aprovam o governo, 87% declararam ter mais orgulho do que vergonha (ante 62% entre os que reprovam o governo) e 11% mais vergonha do que orgulho (ante 36% entre os que reprovam o governo).

SAO PAULO, SP, 23/11/2022, Bandeiras do Brasil expostas para a venda durante a Copa do Mundo de 2022. - Rivaldo Gomes/Folhapress/Folhapress

Na média de 33 levantamentos anteriores sobre o tema, desde março de 2000, a média de orgulho de ser brasileiro é de 76%, e a de vergonha, 22%. O ápice do sentimento de orgulho ocorreu em novembro de 2010, quando alcançou 89%, já, o ápice do sentimento de vergonha ocorreu em junho de 2017, quando alcançou 47%.

O atual levantamento foi realizado nos dias 10 e 11 de junho de 2025, com 2.004 entrevistas presenciais em 136 municípios, com população de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

O Datafolha também questionou sobre o sentimento de orgulho ou vergonha em relação ao provo brasileiro, membros do Executivo e Legislativo, de âmbito local e nacional, e sobre algumas instituições. Os dados atuais podem ser comparados com os obtidos em 2005.

Quanto ao povo brasileiro, seis em cada dez (61%) declararam sentir mais orgulho do que vergonha, 35% mais vergonha do que orgulho e 4% não opinaram. Em levantamento realizado em 2005, o sentimento de orgulho era mais alto: naquela data, 76% tinham mais orgulho do que vergonha do povo brasileiro e 19% mais vergonha do que orgulho. Entre os moradores de cidades do interior, o índice de orgulho é mais alto do que entre os moradores de cidades das regiões metropolitanas (63%, ante 58%).

Em relação ao presidente Lula, 40% declararam sentir mais orgulho do que vergonha (entre os moradores da região Nordeste o índice sobe para 53%), 56% mais vergonha do que orgulho (entre os moradores da região Sul o índice sobe para 67%) e 4% não opinaram. Em 2005, quando Lula também era o presidente em exercício, a avaliação do presidente era melhor: 54% tinham mais orgulho do que vergonha do presidente e 36% mais vergonha do que orgulho.

Por sua vez, 52% declararam ter mais orgulho do que vergonha do governador do próprio Estado, 39% mais vergonha do que orgulho e 9% não opinaram - índices próximos aos observados em 2005, quando eram, respectivamente, 54%, 37% e 10%. Na análise demográfica, observa-se taxa de orgulho mais alta entre os moradores de cidades do interior (57%) do que entre os moradores das regiões metropolitanas (45%).

Já, em relação ao prefeito da cidade do entrevistado, 62% têm mais orgulho do que vergonha, 30% mais vergonha do que orgulho e 8% não opinaram. Esses índices são mais altos dos que os observados em 2005, quando eram, respectivamente, 49%, 39% e 12%. O sentimento de orgulho é mais alto entre os moradores de cidades do interior (66%) do que entre os moradores das regiões metropolitanas (57%).

A respeito dos membros do Legislativo nacional, 27% declararam sentir mais orgulho do que vergonha dos senadores (eram 22% em 2005), 59% mais vergonha do que orgulho (eram 63%) e 14% não opinaram (eram 15%). Entre os moradores de cidades do interior o índice de orgulho é mais alto do que entre os moradores de cidades das regiões metropolitanas (29%, ante 23%).

Com índices próximos ficaram os deputados federais, 28% declararam sentir mais orgulho do que vergonha (eram 19% em 2005), 58% mais vergonha do que orgulho (eram 67%) e 13% não opinaram (eram 14%). Entre os moradores de cidades do interior, o índice de orgulho é mais alto do que entre os moradores de cidades das regiões metropolitanas (32%, ante 23%).

Dos membros do Legislativo, os vereadores foram os melhores avaliados: 43% declararam ter mais orgulho do que vergonha (eram 26% em 2005), 47% mais vergonha do que orgulho (eram 61%) e 11% não opinaram (eram 12%). Entre os moradores de cidades do interior, o índice de orgulho é mais alto do que entre os moradores de cidades das regiões metropolitanas (49%, ante 34%).

Das duas instituições pesquisadas, STF e Forças Armadas, a segunda foi melhor avaliada. Para 55%, as Forças Armadas despertam mais orgulho do que vergonha (o índice sobe para 65% entre os que têm 16 a 24 anos), para 36%, mais vergonha do que orgulho e 9% não opinaram. Por fim, os membros do STF despertam mais orgulho do que vergonha para 30%, mais vergonha do que orgulho para 58% e, 11% não opinaram.

AUMENTA A TAXA DOS QUE SENTEM RAIVA QUANDO PENSAM NO BRASIL

Segmentação desenvolvida pelo Datafolha mostra que índice de pessimistas chega a 50%.

O Datafolha apresentou uma lista, com emoções dicotômicas, e pediu para os entrevistados declararem como se sentem em relação ao país. Em cinco dos seis itens, os índices ficaram estáveis e em apenas um o índice cresceu na comparação com a pesquisa anterior, de setembro de 2023.

Considerando as respostas dos seis itens pesquisados o Datafolha segmentou os brasileiros em três grupos: pessimistas, hesitantes e otimistas. Os pessimistas são os entrevistados que responderam sentimentos negativos em cinco a seis itens, os hesitantes são os que responderam sentimentos negativos em três a quatro itens, e os otimistas, os que responderam sentimentos negativos em zero, um ou dois itens.

A partir dessa segmentação, a distribuição dos brasileiros ficou em: pessimistas, 50%, hesitantes, 19%, e otimistas, 31%. Na comparação com pesquisas anteriores, observa-se que a taxa de pessimistas vem crescendo (eram 41% em 2020 e 47% em 2023) e se aproxima do índice de 2019 (eram 49%), porém segue abaixo do patamar recorde de outubro de 2018, quando registrou 57%. Já, a parcela de otimistas vem recuando (eram 35% em 2023 e 37% em 2020), mas se mantém acima do índice de 2018, quando era 17%.

O único sentimento a apresentar uma mudança significativa em relação ao levantamento realizado em setembro de 2023 foi raiva quando se pensa no Brasil. A taxa daqueles que declararam sentir raiva subiu de 45% em 2023, para 55%. Já, o sentimento de tranquilidade recuou de 50%, em 2023, para 42%. Uma parcela de 3% não opinou (era 4%).

Quando pensam no país, 73% se sentem inseguros (eram 71% em setembro de 2023), 26% se sentem seguros (eram 29%) e 1% não opinaram (mesmo índice anterior). O índice atual de sentimento de insegurança é igual ao observado em 2019 e mais baixo do que o observado em outubro de 2018, no início da série histórica, quando registrou o patamar recorde de 88%.

Dois em cada três (64%) se sentem desanimados quando pensam no país (eram 61%), 35% se sentem animados (eram 38%) e 1% não opinou (mesmo índice anterior). A parcela atual de desanimados é próxima à observada em 2019, quando era 63%, e mais baixa do que a observada em outubro de 2018, quando registrou o patamar recorde de 78%.

Em relação ao futuro, 63% sentem medo (eram 61%), 35% sentem confiança no futuro (eram 38%) e 2% não opinaram (era 1%). O índice atual de brasileiros com medo do futuro é recorde e superou o índice de outubro de 2018, quando era 62%.

Uma parcela de 63% declarou sentir tristeza quando pensa no país (eram 61%), 34% se sentem felizes (eram 36%) e 3% não opinaram (eram 2%). O índice atual de sentimento de tristeza é igual ao observado em 2020, durante a pandemia, e mais baixo do que o observado em outubro de 2018, quando era 79%.

A maioria (54%) sente mais medo do que esperança (eram 55%), 45% sentem mais esperança do que medo (eram 44%) e 1% não opinou (mesmo índice anterior). A parcela atual de mais medo do que esperança é próxima à observada em 2019, quando era 53%, e mais baixa do que a observada em outubro de 2018, quando registrou o patamar recorde de 59%.

De maneira geral, observam-se taxas mais altas de sentimentos negativos entre as mulheres do que entre os homens, entre os que têm 25 a 34 anos, entre os que têm escolaridade média e entre os moradores da região Sudeste.