Avaliação do presidente Lula se mantém estável

DE SÃO PAULO

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Presidente ganha apoio entre brasileiros mais escolarizados e com maior renda

A recuperação da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, registrada pelo Datafolha no início do mês, se mantém, segundo pesquisa realizada nos dias 20 e 21 de fevereiro. A aprovação (soma das taxas de ótimo e bom) verificada na pesquisa anterior, dos dias 1 e 2 de fevereiro, de 36%, era oito pontos maior do que a verificada em dezembro do ano passado (28%). O percentual de brasileiros que consideram o desempenho do presidente ótimo ou bom, hoje, é de 37%, o que representa uma oscilação, dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos. A taxa dos que consideram o governo Lula regular se manteve em 39% e a dos que o classificam como ruim ou péssimo oscilou de 23% para 22%.

A nota média atribuída ao presidente, em uma escala de zero a dez, é 6. No início do mês ele obtinha 5,9.

O Datafolha entrevistou 2651 brasileiros de todas as unidades da Federação, a partir dos 16 anos de idade, nos dias 20 e 21 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

A exemplo do que ocorreu em relação à disputa pela eleição de outubro, Lula ganhou apoio significativo entre os brasileiros de maior renda familiar e com escolaridade superior.

Entre os brasileiros com escolaridade superior a aprovação a Lula aumentou 13 pontos percentuais, passando de 27% para 40%. Entre os que têm renda familiar mensal acima de 10 salários mínimos, essa taxa aumentou oito pontos, passando de 19% para 27%. Entre os que têm escolaridade superior, a reprovação, que passou de 33% para 29% em relação ao levantamento anterior, é menor do que a aprovação. Embora a taxa dos que reprovam o presidente no segmento dos brasileiros com maior renda tenha caído sete pontos (de 41% para 34%), ela ainda continua maior do que a aprovação nesse estrato.

A avaliação pessoal do presidente também se mostra melhor do que antes. A taxa dos que aprovam o desempenho pessoal de Lula, que havia caído de 51% em julho de 2005 para 40% em outubro daquele ano, voltou a subir, e é hoje de 53%. A taxa dos que reprovam o desempenho pessoal do presidente caiu de 20% em outubro para 12% hoje, mesma taxa verificada em julho.

A pesquisa também mostra que caiu a o percentual de brasileiros que acreditam na existência de corrupção no governo Lula. Embora ainda sejam a maioria, hoje 77% acham que existe corrupção, ante 82% registrados no início do mês. A taxa atual é semelhante à verificada em julho de 2005, pouco depois do início da crise do "mensalão": naquela ocasião, 78% acreditavam que existiam corruptos no governo.

Já as taxas dos que, acreditando na existência de corrupção, apontam a responsabilidade do presidente nesse caso, se mantiveram estáveis. Para 33% dos que acreditam na existência de corruptos no governo, Lula tem muita responsabilidade nesses casos. No início do mês eram 35%; ou seja, verificou-se uma oscilação, dentro da margem de erro da pesquisa. Também oscilaram a taxa dos que acham que o presidente tem um pouco de responsabilidade (de 50% para 49%) e a dos que não creem que ele seja responsável por esses casos de corrupção (de 13% para 15%).

Caem expectativas de inflação e de desemprego; sobe expectativa do aumento de poder de compra dos salários

A pesquisa do Datafolha mostra que os brasileiros estão mais otimistas quanto à inflação e ao desemprego hoje, em comparação com o cenário vislumbrado em junho do ano passado. Não que isso signifique uma maior expectativa de diminuição desses dois problemas, mas, sim, o aumento da sensação de que a situação vai permanecer estável.

O percentual dos que apostam no aumento da inflação daqui para a frente caiu de 45% em junho de 2005 para 35% hoje. Nesse período, a taxa dos que acham que a inflação vai diminuir oscilou de 15% para 14% e a dos que acreditam que ela vai ficar como está subiu de 35% para 43%.

Entre os que têm escolaridade superior, a taxa dos que acreditam que a inflação vai continuar como está chega a 54%. Entre os que têm renda familiar mensal acima de 10 salários mínimos ela é de 47%.

Acreditam no aumento do desemprego 40%, taxa oito pontos menor do que a verificada na pesquisa anterior. A taxa dos que acreditam que o desemprego vai permanecer inalterado subiu de 25% para 31% e a dos que acham que ele vai diminuir oscilou de 23% para 25%.

Já em relação ao poder de compra, o otimismo é mais significativo. A taxa dos que acham que o poder de compra dos salários vai aumentar subiu de 26% para 33%, enquanto a dos que acreditam que ele vai diminuir caiu de 34% para 25%. Para 35% o poder de compra dos salários vai continuar como está, percentual idêntico ao verificado na pesquisa anterior.

Quando indagados a respeito da situação econômica do país, de um modo geral, 35% acham que, nos próximos meses, ela vai melhorar. Essa taxa é idêntica à verificada em junho do ano passado. A taxa dos que acham que ela vai piorar oscilou de 18% para 19% e a dos que acreditam que ela vai ficar como está passou de 43% para 40%.

Quanto à situação econômica pessoal, o otimismo é maior: 48% acreditam em melhora, ante 43% que tinham essa opinião no levantamento anterior. Para 12% sua situação econômica vai piorar (eram 14% em junho do ano passado) e para 37% vai ficar como está (eram 39%).