Reprovação a Kassab cai de 43% para 32%, mas aprovação não aumenta

DE SÃO PAULO

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Taxa de avaliação regular vai de 27% para 41%

A taxa de aprovação da administração do prefeito Gilberto Kassab é menor desde março de 2006, quando o prefeito completava um ano de mandato e 15% dos moradores avaliavam sua gestão como ótima ou boa, 36%, como regular, e 42%, como ruim ou péssima. No levantamento atual, após cinco anos e cinco meses de mandato, Kassab tem sua gestão avaliada como ótima ou boa por 24 % dos moradores de São Paulo, queda de cinco pontos na comparação com pesquisa feita em março deste ano. A fatia dos que consideram o governo de Kassab regular, por sua vez, passou de 27% no primeiro trimestre de 2011 para 41% atualmente, enquanto a taxa dos que consideram sua gestão ruim ou péssima, ou seja, desaprovam seu governo, caiu de 43% para 32%. Um grupo de 3% não soube responder. Na série histórica do Datafolha, o índice mais alto de aprovação da gestão Kassab aconteceu em outubro de 2010, mês em que se reelegeu prefeito de São Paulo e quando sua gestão foi avaliada por 61% como ótima ou boa.

A aprovação ao governo Kassab obteve aprovação acima da média entre os moradores que dizem ter como partido de preferência o PSDB (42%) e o PMDB (37%). Entre os simpatizantes do PT, porém, cai para 18%.

Apesar da queda na taxa de aprovação, o aumento no índice dos que avaliam o governo Kassab como regular levou à variação positiva da nota atribuída ao seu governo: em março deste ano, a nota média atribuída à atual gestão era de 4,6 e foi a 4,9 no atual levantamento. Atribuem nota 0 ao governo Kassab 16% dos moradores de São Paulo, enquanto 14% dão a ele nota 7, e apenas 3%, a nota 10.

28% APONTAM SAÚDE COMO PRINCIPAL PROBLEMA DA CIDADE

Para 48% não há nenhuma área de melhor desempenho da prefeitura

O sistema de saúde é apontado espontaneamente por 28% dos moradores de São Paulo como o principal problema da cidade, índice maior do que o verificado em fevereiro de 2008, quando 16% tinham a mesma opinião. A seguir, como aspectos mais problemáticos da cidade, vêm transporte coletivo (15%), questões relacionadas à segurança (13%), educação (8%), trânsito (6%), limpeza e coleta de lixo (6%), enchentes (5%), calçamento e asfaltamento (3%) e desemprego (2%), entre outros problemas mencionados espontaneamente pelos moradores. Na comparação com o levantamento de 2008, caiu o índice dos que apontam o desemprego como principal problema da cidade (de 9% para 2%) e variou negativamente a taxa dos que citam problemas relacionados à segurança (de 17% para 13%).

Problemas relacionados à saúde do município são mais citados, proporcionalmente, entre as mulheres (32%) do que entre os homens (24%). Os mais jovens (23%) também apontam menos problemas relacionados ao sistema de saúde do que aqueles que têm de 25 a 34 anos (30%) ou de 45 a 59 anos (33%). Entre os moradores com nível superior, o transporte público (27%) é mais citado como o principal problema, enquanto o sistema de saúde tem citações abaixo da média (18%) nesse grupo. O mesmo acontece entre os mais ricos, com renda superior a 10 salários mínimos.

Quando questionados sobre em qual área o prefeito Gilberto Kassab estaria se saindo melhor à frente da prefeitura, 27% dos moradores não souberam responder, enquanto 21% que ele não está se saindo melhor em nenhuma área. Respostas com referência a creches, escolas e educação foram mencionadas por 10%, seguidas por respostas relacionadas à limpeza urbana e coleta de lixo (6%), ao sistema de saúde (6%), transporte coletivo (6%) e Lei Cidade Limpa (4%), entre outros. A taxa dos que não souberam responder a esta questão ficou acima da média entre os moradores que estudaram até o ensino fundamental (36%), entre aqueles com mais de 60 anos (37%) e entre quem tem renda mensal inferior a dois salários mínimos (37%). Em pesquisa realizada em fevereiro de 2008, 15% afirmavam que o prefeito não ia bem em nenhuma área, ante 21% que dizem o mesmo atualmente.

À pergunta sobre em qual área a gestão de Gilberto Kassab estaria se saindo pior, 25% mencionaram o sistema de saúde - em fevereiro de 2008, 19% diziam o mesmo. Além disso, 18% não souberam responder ao atual levantamento, 12% citaram o sistema de transporte coletivo, 7% deram respostas relacionadas ao sistema de educação, 7%, a questões relacionadas à segurança, e 4%, ao trânsito, entre outras áreas apontadas espontaneamente.

TRÂNSITO É RUIM OU PÉSSIMO PARA 76%

Reprovação ao sistema de saúde sobe de 53% para 60%

Apontado como principal problema de São Paulo, o sistema de saúde municipal atingiu seu maior índice de reprovação: 60% dos moradores da cidade consideram-no ruim ou péssimo, taxa que era de 53% em julho de 2008, 55% em março de 2008, 53% em novembro de 2007 e 51% em agosto de 2007. Consideram o sistema de saúde municipal ótimo ou som, atualmente, apenas 12%, enquanto 26% o avaliam como regular.

Na área de educação, o desempenho da gestão Kassab se mantém estável: 20% aprovam, ou seja, avaliam como ótimo ou bom, o sistema de educação municipal atual, ante 19% em julho de 2008 e taxas semelhantes em pesquisas anteriores. A maior fatia (42%) de entrevistados considera a educação municipal ruim ou péssima, enquanto 34% dizem que ela é regular.

Três de cada quatro (76%) moradores da cidade de São Paulo avalia o trânsito na cidade como ruim ou péssimo - apenas 6% dizem que é ótimo ou bom, e 17%, regular. Esse índice se manteve estável na comparação com pesquisa realizada em julho de 2008 (77%), após atingir seu maior índice na série histórica do Datafolha em março de 2008 (87%). Além disso, metade (48%) dos moradores considera ruim ou péssima a conservação do asfalto das ruas e avenidas da cidade, enquanto 31% consideram essa conservação regular, e 19%, ótima ou boa.

A iluminação das ruas e avenidas da cidade é considerada ruim ou péssima por 37% dos moradores de São Paulo, mesma fatia dos que consideram esse serviço regular (34%) e acima dos que o avaliam como ótimo ou bom (28%). Entre esses moradores, subiu a taxa de reprovação às condições de limpeza das ruas e avenidas da cidade: 36% dizem que essa limpeza é ruim ou péssima, índice que era de 29% em julho de 2008. O aumento dessa desaprovação resulta da queda do índice dos que viam a limpeza da cidade como regular (de 41% em julho de 2008 para 32% atualmente). A taxa dos que avaliam esse aspecto como ótimo ou bom se manteve estável (30% em julho de 2008, 31% na pesquisa atual).

A taxa de reprovação ao serviço de coleta de lixo domiciliar variou, de 10% para 15%, entre julho de 2008 e setembro de 2011. A maioria (61%), porém, continua considerando a coleta de lixo domiciliar da cidade ótima ou boa, enquanto 23% a avalia como regular.

Quanto às condições de moradia na cidade, 43% avaliam-nas como ruins ou péssimas (índice que era de 40% na pesquisa anterior, de julho de 2008), enquanto 32% dizem ser regulares, e 20%, ótimas ou boas.

Na área de promoção de atividades de lazer e cultura, a opinião dos moradores de São Paulo se divide: 37% consideram-na ótima ou boa, 33%, regular, e 23%, ruim ou péssima.

METRÔ TEM MENOR APROVAÇÃO DESDE 1997

Aumenta de 28% para 35% o uso do metrô em São Paulo

A maioria (71%) dos moradores da cidade com 16 anos ou mais costuma utilizar o ônibus para se locomover, o que faz desse meio de transporte o mais utilizado na cidade. A participação dos ônibus para o transporte, porém, já foi até maior e atualmente encontra-se estagnada: em julho de 2008, 73% diziam se locomover por esse meio, que obteve sua maior participação na série histórica do Datafolha em pesquisa realizada em junho de 2004 (79%). Na contramão desse movimento, o metrô é utilizado atualmente por 35%, ante 28% em julho de 2008. A seguir, como meios de transporte mais utilizados, vêm o carro (21%, patamar estável na comparação com pesquisas anteriores), a caminhada (12%), lotações como peruas e micro-ônibus (10%), trens (10%) e motos (2%), entre outros meios citados. O levantamento aponta que o metrô é mais utilizado, proporcionalmente, pelos que possuem nível superior (50%) e pelos mais ricos (53%). O mesmo acontece com o carro, utilizado por 39% dos que têm nível superior e 48% dos que têm renda mensal familiar superior a 10 salários mínimos.

Entre os meios de transporte público disponíveis, o metrô é mais bem avaliado pelos moradores de São Paulo: 47% consideram-no ótimo ou bom, 22%, regular, 21%, ruim ou péssimo, e 10% não souberam avaliar. Mais utilizados, o os ônibus municipais são avaliados como ruins ou péssimos por 41%, ante 30% que os veem como regular, e 27% como ótimos ou bons - 2% não souberam avaliar. Para os trens, o índice de ótimo ou bom atribuído é de 25%, de regular, 22%, de ruim ou péssimo, 25%, e 28% não souberam avaliar.

Apesar de ser melhor avaliado que os demais meios de transporte público, o metrô atinge na pesquisa atual sua menor taxa de aprovação na série histórica do Datafolha sobre o tema iniciada em 1997. Na última pesquisa, em março de 2008, 54% dos moradores de São Paulo consideravam o metrô ótimo ou bom. O maior índice de aprovação para o serviço foi atingido em junho de 2004 (79% de ótimo ou bom). A taxa de avaliação ruim ou péssima, por sua vez, passou de 15% em março de 2008 para os 21% atuais - o menor índice atingido foi 4%, em duas ocasiões ao longo de 15 anos.

O Datafolha também pediu aos entrevistados que avaliassem o sistema de transporte público de forma geral. Nesse aspecto, 42% desaprovam o sistema, ou seja, veem-no como ruim ou péssimo, enquanto 33% consideram-no regular, e 24% dizem que é ótimo ou bom, ou seja, aprovam-no. Na comparação com pesquisa realizada em julho de 2008, caiu o índice dos que avaliam o sistema de transporte como ruim ou péssimo (de 49% para os 42% atuais), diferença que foi distribuída entre os que passaram a considerá-lo regular (28% na pesquisa anterior) e ótimo ou bom (22% na pesquisa anterior).