Aumenta a taxa dos que acham que as manifestações trazem mais prejuízos do que benefícios para a cidade
Pesquisa Datafolha mostra que o apoio às manifestações nas ruas da cidade de São Paulo caiu oito pontos percentuais desde o último levantamento, em setembro. No final de junho, 89% eram favoráveis às manifestações, em setembro, 74%, e agora, 66%. A taxa dos que são contra as manifestações passou de 8%, em junho, para 21%, em setembro, e chegou agora a 31%.
Nesse levantamento, no dia 25 de outubro de 2013, foram realizadas 690 entrevistas junto a moradores da cidade de São Paulo. A margem de erro máxima é de 4 pontos percentuais, para mais ou para menos, para o total da amostra.
Na análise por variáveis socioeconômicas, alguns segmentos se destacam no apoio às manifestações. Taxas mais altas de apoio são encontradas entre os mais ricos (80%), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de cinco a dez salários mínimos (80%), entre os mais jovens (80%) e entre os mais escolarizados (78%). Já os segmentos que se destacam por não apoiarem as manifestações são: dos mais humildes (42%), dos mais velhos (43%) e dos menos escolarizados (47%).
A opinião que as manifestações trazem mais benefícios que prejuízos também caiu. Quando perguntados se as manifestações trazem mais benefícios que prejuízos para si, 42% dos entrevistados concordam com a afirmação. Anteriormente, em pesquisas no final de junho e de setembro, os índices eram respectivamente, 65% e 52%. Já a taxa dos que responderam que as manifestações trazem mais prejuízos para si do que benefícios, passou de 29% no fim de junho, para 38% em setembro, e agora, alcançou 47%.
Dos entrevistados que declararam que as manifestações trazem mais benefícios para si do que prejuízos, taxas acima da média são observadas entre os mais ricos (54%), entre os que têm ensino superior (54%) e entre os que são favoráveis as manifestações (57%). Já entre os que são contrários às manifestações (80%) e entre os que têm 45 a 59 anos (59%) são encontrados os índices mais altos de que as manifestações trazem mais prejuízos que benefícios.
Quando perguntados se as manifestações trazem mais benefícios que prejuízos para os paulistanos de maneira geral, o índice de apoio às manifestações passou de 61%, no fim de junho, para 50%, em setembro, e alcançou, agora, 41%. Enquanto a taxa dos que pensam ao contrário, que as manifestações trazem mais prejuízos que benefícios, passou de 36% para 44%, e chegou a 54%. A taxa dos que não souberam responder ficou estável em 5% (era 3% em junho, e 6%, em setembro).
O aspecto positivo das manifestações para os paulistanos em geral alcança taxas mais altas entre os mais ricos (50%), entre os mais escolarizados (54%), entre os mais jovens (59%) e entre os que apoiam às manifestações (54%). Dos que declararam que as manifestações trazem mais prejuízos do que benefícios para os paulistanos em geral, destacam-se os segmentos dos menos escolarizados (63%), dos mais velhos (65%) e sobretudo, entre os que não apoiam as manifestações na capital (80%).
Com relação à violência das manifestações, comparativamente com pesquisa Datafolha anterior, os índices se mantiveram estáveis. A maioria dos entrevistados segue com a opinião que a ação dos manifestantes é mais violenta do que deveria ser. Três quartos (76%) responderam que os manifestantes são mais violentos do que deveriam, 15% violentos na medida certa, 6% menos violentos do que deveriam e 3% não souberam responder. Em pesquisa Datafolha de setembro, esses índices eram, respectivamente, 78%, 14% e 7%. Dos que consideram que os manifestantes têm sido mais violentos do que deveriam, taxas acima da média são encontradas entres os mais velhos (86%) e entre os que são contrários às manifestações (90%). Para os que declaram que os manifestantes têm sido violentos na medida certa, índices mais altos são observados entre os que são favoráveis às manifestações (21%), entre os mais escolarizados (24%), entre os mais jovens (25%) e entre os que possuem renda familiar mensal de mais de cinco a dez salários mínimos (25%).
Quanto à violência da polícia, os índices também se mantiveram estáveis. Uma parcela de 42% declarou que os policiais são mais violentos do que deveriam (era 45% em setembro), 42% violentos na medida certa (era 43%), 13% menos violentos do que deveriam (era 9%) e 3% não souberam responder (era 3%).
A opinião que a polícia tem sido mais violenta do que deveria alcança taxas mais altas entre os mais jovens (54%), já a opinião que a polícia tem sido violenta na medida certa, obtém o índice mais alto entre os que têm 45 a 59 anos (53%). Enquanto, entre os menos escolarizados (20%) e entre os mais velhos (23%) se observam índices mais altos de que os policiais têm sido menos violentos do que deveriam.
NOVE A CADA DEZ ENTREVISTADOS SÃO CONTRÁRIOS A FORMAS DE PROTESTO VIOLENTAS
Formas de protesto violentas, como pichações e destruição de prédios públicos e privados, não são apoiadas por ampla maioria dos entrevistados. São contrários às pichações em prédios públicos 95%, 4% são a favor e 1% não soube responder. Já 95%, desaprovam a destruição de agencias bancarias, lojas e prédios públicos como forma de protesto, enquanto 4% apoiam e 1% não soube responder.
Dos entrevistados que apoiam as pichações, índices mais altos são encontrados entre os mais jovens (11%).