Pesquisa Datafolha mostra que a taxa de insatisfeitos com o governo municipal de São Paulo, de Fernando Haddad (PT), cresceu dezesseis pontos desde setembro passado. Avaliam como ruim ou péssima a gestão do petista 44% dos paulistanos - está é segunda taxa mais alta do governo Haddad, atrás somente da obtida em julho passado (47%) -, no levantamento anterior, era 28%. O crescimento no índice de desaprovação foi acompanhado pela queda da avaliação regular, de 44% para 33%, e pela oscilação da taxa de aprovação, de 22% para 20%. Em toda a gestão Haddad, essa taxa de avaliação regular é a mais baixa alcançada.
Nesse levantamento realizado nos dias 03 a 05 de fevereiro de 2015, foram realizadas 1.051 entrevistas em todas as regiões da cidade de São Paulo. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.
No período, a nota média da gestão Haddad também recuou: de 5,2 para 4,2 - a segunda nota mais baixa de toda a sua administração à frente apenas da nota média de julho de 2014 (4,1). Entre os mais jovens e entre os usuários das ciclovias são observadas as notas médias mais altas da administração Haddad, respectivamente, 4,9 e 4,7, já a mais baixa, entre aqueles que são contra as ciclovias, 3,3.
Imagem pessoal do prefeito piora
O aumento da insatisfação com a administração municipal impactou sobre a imagem pessoal do prefeito. De todos os aspectos levantados em que é possível a comparação, observa-se uma piora. Haddad é muito inteligente para 52% (era 78%), é decidido para 39% (era 63%), é sincero para 36% (59%) e é honesto para 41% (não foi pesquisado no levantamento anterior). No período, a imagem negativa do prefeito dobrou: é pouco inteligente foi de 14% para 44%, é indeciso, de 28% para 56%, é falso, de 24% para 55%, e é desonesto, para 47%.
De maneira geral, a imagem mais negativa do prefeito é observada entre os que são contrários às ciclovias.
"Saúde e transporte coletivo são os principais problemas da capital"
Saúde e transporte coletivo são espontaneamente declarados como os principais problemas da cidade, porém é a falta de água que chama a atenção. Nos levantamentos Datafolha anteriores, de 2007 a 2013, a falta de água não era espontaneamente citada, porém, agora, 9% dos entrevistados declararam a falta de água como o principal problema da capital.
Saúde tem 15% de menções (tinha 19%) e divide a liderança com o transporte coletivo, com 14% (tinha 13%), segurança tem 9% (tinha 19%) e educação tem 8% (tinha 5%). A seguir, menos citados aparecem: trânsito, com 6% (tinha 9%), coleta de lixo, com 5% (tinha7%), entre outros menos citados.
Apoio às ciclovias cai, mas maioria segue favorável
A maioria dos paulistanos segue a favor das ciclovias, dois em cada três apoiam (66%). Porém, a taxa apresentou recuo de quatorze pontos na comparação com a pesquisa anterior, de setembro (era 80%). A queda na taxa de apoio foi acompanhada pelo crescimento da taxa dos paulistanos que são contrários às ciclovias: de 14% para 27%. A taxa de indiferentes seguiu estável (de 6% para 5%).
O apoio às ciclovias é mais alto entre os usuários de trem (76%, e mais baixo entre os usuários de carro, 58%), entre aqueles que possuem bicicletas (79%), entre os mais jovens (79%) e entre os que já utilizaram as ciclovias (90%). Já, daqueles que são contrários às ciclovias se destacam os segmentos dos mais ricos (38%) e dos usuários de automóveis (35%).
Três em cada quatro paulistanos (73%) declararam não possuir bicicleta para uso próprio, daqueles que possuem (27%) se destacam os segmentos: dos mais jovens (44%), dos mais ricos (40%) e dos mais escolarizados (39%). Na comparação com a pesquisa anterior, a taxa de proprietários de bicicleta se manteve estável, era 32%.
Dos que possuem bicicleta, 13% declararam que não costumam utilizá-la (índice próximo ao da pesquisa anterior, era 10%), 6% declararam que utilizam todos os dias (era 10%), 13% utiliza de três a seis vezes por semana (era 15%), 34% de uma a duas vezes por semana (era 42%) e 33%, menos de uma vez por semana (era 23%).
Metade dos entrevistados que possuem bicicletas já utilizou as ciclovias (51%), sobretudo, os mais jovens e os mais instruídos. Na comparação com a pesquisa de setembro passado, o índice oscilou (47%). A frequência de uso das ciclovias permaneceu estável, 3% declararam usá-la todos os dias (era 4%), 14% de três a seis vezes por semana (era 13%), 39% de uma a duas vezes por semana (era 42%), 41% menos de uma vez por semana (era 36%) e 2% não costuma usá-las (era 5%).
O ônibus segue sendo o meio de transporte mais utilizado pelos entrevistados, 72% declararam fazer uso frequente do transporte. Metro foi citado por um terço (31%), carro, por 26%, trem, por 13% e lotação, por 12% - 13% vão a pé para seus compromissos. Menos citados aparecem os transportes: moto (2%), bicicleta (1%) e táxi (1%).