A reprovação ao governo de Geraldo Alckmin (PSDB) no Estado de São Paulo atingiu 30% em novembro, resultado que representa o pior índice do tucano considerando todos os seus mandatos. Em pesquisa realizada em fevereiro deste ano, 24% consideravam a gestão de Alckmin ruim ou péssima, até então a taxa de reprovação mais alta já atingida nos mandatos que ele exerceu à frente do governo estadual. A aprovação ao governo Alckmin teve queda ainda mais acentuado no mesmo período: passou de 38% para 28% o índice dos que o avaliam como ótimo ou bom. Há ainda 40% que consideram o atual governo paulista regular (ante 36% em fevereiro), e 2% preferiram não opinar sobre o assunto.
Alckmin tem reprovação acima da média entre aqueles que têm de 16 a 24 anos (36%), na faixa entre 25 a 34 anos (34%), no segmento dos mais escolarizados (43%), na região metropolitana de São Paulo (38%, incluindo a cidade de São Paulo, onde o índice é de 39%) e em cidades com mais de 500 mil habitantes (40%). A aprovação, por outro lado, fica acima da média entre os mais velhos (33%), na parcela dos menos escolarizados (35%) e no interior do Estado (34%), principalmente em cidades com até 50 mil habitantes (40%).
No histórico de avaliações do Datafolha, o índice atual de reprovação de Alckmin está entre os mais altos já registrados desde 1990, sendo superado somente por avaliações negativas da gestão de Mário Covas registradas entre junho de 1999 e dezembro de 2000 (em junho de 2000, a reprovação ao governo Covas atingiu 43%, a pior já registrada).
De 0 a 10, a nota média atribuída ao desempenho de Alckmin é 5, a mais baixa desde 2011. Na pesquisa anterior, de fevereiro deste ano, a nota média era 5,6.
Nesse levantamento nos dias 25 e 26 de novembro de 2015, foram realizadas 1.350 entrevistas em 47 municípios paulistas. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.
33% tiverem falta de água em casa recentemente
Um em cada três (33%) moradores do Estado de São Paulo sofreram com a falta de água em suas casas nos últimos 30 dias, índice menor do que o registrado em pesquisa realizada em fevereiro deste ano (44%). De forma geral, 22% que faltou água por mais de cinco dias no período avaliado. Na cidade de São Paulo, 51% disseram que houve falta de água, e nos municípios da região metropolitana, incluindo a capital, esse índice chega a 55%. No interior, cai para 14%.
A maneira como Geraldo Alckmin vem lidando com os problemas de abastecimento de água no Estado de São Paulo é considerada ótima ou boa por 20% dos paulistas. Os demais a consideram ruim ou péssima (38%), regular (40%) ou não opinaram (2%). Na pesquisa anterior, a avaliação negativa era de 39%, e a positiva, de 19%, o que mostra estabilidade na avaliação sobre o assunto.
Também ficou estável, com oscilações dentro da margem de erro, a percepção dos moradores do Estado de São Paulo sobre as informações prestadas pelo governo sobre a crise hídrica: para 83%, o governo Alckmin tem fornecido apenas as informações de seu próprio interesse sobre o assunto, e 14% acreditam que têm fornecido todas as informações disponíveis, e 4% não opinaram.
55% apoiam ocupação de escolas como protesto
A pesquisa também revela que a maioria dos paulistas desaprova a proposta de mudança de organização das escolas públicas do Estado, que separaria os alunos de ensino fundamental 1, fundamental 2 e ensino médio em diferentes escolas. Seis em cada dez (61%) são contra a separação das escolas públicas do Estado por ciclos de ensino, 29% são a favor, 3% indiferentes e 8% não souberam se posicionar.
Observa-se taxas de descontentamento mais alta à mudança entre os mais jovens (69%) e entre os que estão insatisfeitos com o governo Geraldo Alckmin (PSDB) (73%). Por outro lado, entre os mais ricos (40%) e entre os que estão satisfeitos com o governo estadual (42%) as taxas de apoio à mudança são mais altas.
Entre os que têm filhos matriculados na rede estadual de ensino, a taxa de apoia à mudança alcança 29% (mesmo índice entre os que não têm filhos na rede estadual). Já, a rejeição à mudança alcança 65% entre os que têm filhos matriculados na rede estadual e 59% entre os que não tem filhos na rede estadual.
Na análise das variáveis porte do município e natureza do município não há diferenças significativas de apoio ou rejeição à mudança.
A maioria dos paulistas (83%) tomou conhecimento da proposta de organização das escolas públicas do Estado. Desses, 35% declararam estar bem informados sobre o tema (entre os mais ricos, entre os mais instruídos e entre os moradores da capital o índice sobe para, respectivamente, 95%, 92% e 89%), 35% estão mais ou menos informados e 12% estão mal informados. Não tomaram conhecimento sobre o assunto, 17% (entre os menos instruídos, entre os moradores do interior e de cidades de até 50 mil habitantes esse índice sobe para, respectivamente, 28%, 23% e 29%).
A maior parcela dos paulistas é a favor da ocupação das escolas estaduais pelos estudantes, 55%. Quatro em cada dez (40%) são contrários à ocupação, 2% são indiferentes e 4% não se posicionaram.
Entre os mais jovens (71%) e entre os insatisfeitos com o governo estadual (68%) são observadas as taxas mais altas de apoio à ocupação das escolas. Enquanto, a taxa mais alta de reprovação à ocupação é observada entre os que aprovam o governo tucano (51%).Na análise das variáveis porte do município, natureza do município e tem ou não tem filhos matriculados na rede estadual não há diferenças significativas de apoio ou rejeição à ocupação das escolas.