Após três meses de governo, Bolsonaro é aprovado por 32%

DE SÃO PAULO

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Após três meses à frente da Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) tem seu governo aprovado, ou seja, avaliado como ótimo ou bom, por 32% dos brasileiros com 16 anos ou mais, e uma fatia similar, de 30%, o vê como ruim ou péssimo e o desaprova. Os demais consideram o governo do militar reformado regular (33%) ou preferiram não opinar (4%).

Na comparação com períodos de governo equivalentes, para presidentes em primeiro mandato eleitos, Bolsonaro larga com menor popularidade e maior resistência que seus antecessores. Tendo tomado posse em março, Fernando Collor era aprovado por 36% em junho, e 19% o desaprovavam. No início de seu primeiro mandato, Fernando Henrique Cardoso era aprovado por 39%, enquanto 16% consideravam seu governo ruim ou péssimo. Em abril de 2003, o governo recém-eleito de Lula era avaliado como ótimo ou bom por 43%, e 10% tinham opinião negativa sobre ele. Primeira mulher eleita presidente, Dilma era aprovada por 47% na segunda quinzena de março de 2011, e para 7% sua gestão era ruim ou pésima àquela altura.

Entre os homens, a aprovação a Bolsonaro atinge 38%, e cai para 28% entre as mulheres. Sua aprovação também está relacionada com a escolaridade da população: entre quem tem ensino fundamental, 29% avaliam sua gestão de forma positiva, ante 36% entre quem estudou até o ensino superior. No grupo dos mais escolarizados, porém, há uma forte polarização em torno de Bolsonaro, e a taxa dos que o consideram ruim ou péssimo (35%) empata com seu índice de aprovação.

Na comparação por renda familiar mensal há diferenças mais marcantes: entre os mais pobres, com renda de até 2 salários, 26% aprovam o governo Bolsonaro, índice que sobe para 36% na parcela de quem tem renda familiar de 2 a 5 salários, e para 43% na fatia que tem renda de 5 a 10 salários. Entre os mais ricos, com renda acima de 10 salários, 41% aprovam o atual presidente.
Entre as regiões brasileiras, Bolsonaro tem índice de aprovação acima da média no Sul (39%) e no conjunto das regiões Centro-Oeste e Norte (38%). Na região Nordeste, o índice fica abaixo da média (24%), e no conjunto de estados do Sudeste é de 33%.

O índice de aprovação ao atual presidente também é proporcionalmente mais alto entre brancos (39%) do que entre pardos (29%) e pretos (29%), segundo o critério de autodeclaração adotado pela pesquisa. Entre os evangélicos, que representam 34% da população brasileira adulta, 42% consideram a gestão Bolsonaro ótima ou boa. É um índice maior do que o registrado entre católicos (27%), maior grupo idenficado com alguma religião no país (50% dos brasileiros).

Na parcela de brasileiros que declaram ter votado no militar reformado no 2º turno da eleição presidencial de 2018, a maioria (54%) aprova seu governo até o momento, e para 33% ele é regular. Os que desaprovam somam 9%, e 5% não opinaram. Entre eleitores de Fernando Haddad (PT), 63% desaprovam o governo Bolsonaro ruim ou péssimo, e 7% aprovam.

De 0 a 10, a nota média atribuída pelos brasileiros ao desempenho de Jair Bolsonaro à frente da Presidência da República, até o momento, é 5,4. Nos extremos da escala, 16% dão nota 0 ao presidente, e 10%, nota 10.

A maioria dos brasileiros (61%) acredita que Jair Bolsonaro, nesses três primeiros meses de governo, fez menos do que eles esperavam, e 13% pensam o contrário, que o presidente fez mais do que esperavam que ele fizesse nesse período. Para 22%, Bolsonaro fez o que era esperado, e 4% não opinaram.

Entre os menos escolarizados, 67% acreditam que o presidente fez menos do que o esperado até o momento, índice que cai para 60% na parcela que estudou até o ensino médio e para 53% entre quem estudou até o ensino superior. A análise por renda mostra tendência similar: entre os mais pobres, 68% avaliam que Bolsonaro fez menos do que previam; no degrau seguinte, de renda de 2 a 5 salários, esse índice cai para 57%; entre quem tem renda de 5 a 10, fica em 50%; entre os mais ricos, com renda superior a 10 salários, oscila para cima novamente, indo a 55%.

Na fatia de eleitores que votaram no capitão reformado no segundo turno da eleição, 20% acreditam que ele fez mais do que esperavam, e 32%, que suas realizações até agora estão dentro do esperado. A parcela mais representativa (42%), porém, avalia que Bolsonaro fez menos do que o esperado até o momento. Mesmo entre aqueles que consideram seu governo ótimo ou bom, há uma fatia de descontentes: 22% apontam que ele fez menos do que previam. Na fatia de eleitores de Haddad, 84% acreditam que o atual presidente fez menos do que o esperado, e para 10% ele fez o que era esperado.

Após três meses de governo, no início de abril de 2003, 45% apontavam que Lula havia feito menos do que esperavam, 34% acreditavam que ele havia feito o que era esperado, e para 12% ele havia superado as expectativas e feito mais do que previam. O começo do governo Dilma, 2011, também trazia resultados mais favoráveis do que os obtidos por Bolsonaro: 39% avaliavam que ela havia feito menos do que o esperado, para 37% os resultados estavam dentro do esperado, e 10% consideram que a petista havia feito mais do que o esperado.