A maioria dos brasileiros acredita no aquecimento global, mas a parcela de bem informados sobre o assunto diminuiu ao longo desta década.
De forma geral, 89% já ouviram falar de aquecimento global, e eles se dividem entre os bem informados (28%), os mais ou menos informados (43%) e os mal informados (17%). Mesmo entre os mais jovens, na faixa de 16 a 24 anos, a parcela de bem informados fica longe de ser majoritária (31%). Entre aqueles com curso superior, esse índice sobe para 53% (ante 14% entre brasileiros que estudaram até o ensino fundamental, e 27% na parcela que estudou até o ensino médio), e também é desigual quando se observam as diferentes faixas de renda familiar mensal (entre os mais pobres, com renda de até dois salários, 20% estão bem informados sobre o aquecimento global, taxa que fica em 61% na faixa dos mais ricos, com rendimento domiciliar superior a 10 salários).
Em abril de 2010, o Datafolha já havia consultado o conhecimento dos brasileiros sobre o aquecimento global, e a comparação entre os resultados mostra que o nível de conhecimento atual é mais baixo do que no começo da década. Nessa pesquisa, 34% diziam estar bem informados sobre o tema, enquanto 45% estavam mais ou menos informados e 11%, mal informados. Ou seja, em nove anos houve queda de seis pontos na taxa de bem informado, com alta correspondente de seis pontos na parcela de mal informados.
Questionados se o planeta está se aquecendo ou não, 85% apontaram que a Terra está ficando mais quente, e 15% pensam o contrário, que não está se aquecendo. Na parcela que estudou até o ensino superior, 92% acreditam no aquecimento do planeta, contra 76% entre quem estudou até o ensino fundamental, e 88% na parcela com escolaridade média. Na parcela que aprova o governo de Jair Bolsonaro, 86% acreditam no aquecimento global. Entre quem reprova, o índice fica em 81%.
Dentro da parcela que acredita que o planeta está ficando mais quente, 72% apontam que as atividades humanas contribuem muito para esse aquecimento, e para 18% contribuem um pouco. Há ainda 10% que avaliam que a ação do homem não contribui para aquecer o planeta. Uma das maiores diferenças de opinião sobre este tema também parte do grau de escolaridade. Entre os menos escolarizados que acreditam no aquecimento, 55% veem muita contribuição das atividades humanas; na fatia que estudou até o ensino médio, esse índice fica em 74%; entre os mais escolarizados, são 89%.