Para 64% dos brasileiros ouvidos pelo Datafolha, o presidente Jair Bolsonaro agiu mal ao demitir o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que vinha conduzindo o combate ao surto de coronavírus desde o início da epidemia no Brasil. Para 25% o presidente agiu bem ao demitir o ministro, e 11% não souberam opinar.
Entre aqueles que aprovam o desempenho de Bolsonaro na crise do coronavírus, 56% avaliam que ele agiu bem na demissão de Mandetta, e para 30% ele agiu mal. Na parcela que aprova o fim do isolamento das pessoas em casa, 55% aprovam a demissão do então ministro, e 13% reprovam. No grupo que acredita ser mais importante neste momento deixar as pessoas em casa para que o vírus não se espalhe, 78% acreditam que Bolsonaro agiu mal ao demitir Mandetta, e 13% consideram que ele agiu bem.
As opiniões são mais divergentes sobre o que acontecerá daqui para frente, no combate ao coronavírus, com a troca do titular da pasta da Saúde. Para 32%, a situação irá melhorar, e 36% pensam o contrário e acreditam que irá piorar. Uma parcela de 20% avalia que não haverá mudança e a situação ficará igual, e 13% não opinaram.
Na parcela que defende o isolamento social, 47% acreditam que a situação irá piorar, 18%, que ficará igual, e 24%, que irá melhorar. Entre quem defende que é importante acabar com o isolamento, 53% avaliam que o combate ao coronavírus irá melhorar, para 24% não irá mudar, e 13% veem um cenário pior à frente. No grupo que aprova o desempenho de Bolsonaro na epidemia, 56% consideram que haverá melhora no combate ao vírus com a mudança no ministério da Saúde, e para 11% haverá piora, além de 23% que acreditam que nada muda.
Uma fatia de 52% dos brasileiros entrevistados acredita que Bolsonaro tem capacidade para liderar o Brasil neste momento, e 44% discordam e acham que ele não é capaz de exercer essa liderança. Há ainda 4% que preferiram não opinar.
Demitido, Mandetta tem aprovação de 71% e supera Bolsonaro, aprovado por 36%
O desempenho do presidente Jair Bolsonaro na crise do coronavírus é aprovado por 36%, resultado que mostra uma oscilação positiva na comparação com o registrado no início do mês, quando 33% avaliavam o trabalho do presidente como ótimo ou bom. No mesmo período, o índice dos que reprovam o desempenho de Bolsonaro ficou estável, com oscilação também dentro da margem de erro, de 39% para 38%. Os demais avaliam a condução do combate à epidemia pelo presidente como regular (23%, ante 25% na pesquisa anterior) ou não opinaram (3%).
Na crise do coronavírus, Bolsonaro tem índice de aprovação a seu trabalho mais alto entre homens (41%) do que entre mulheres (32%). Entre os mais jovens, na faixa de 16 a 24 anos, 29% aprovam o seu desempenho, ante 41% na faixa de 45 a 59 anos, na qual se sai melhor. A taxa de reprovação ao desempenho do presidente é mais alta entre quem estudou até o ensino superior (46%) do que entre quem estudou até o ensino médio (38%) ou fundamental (32%). Regionalmente, Bolsonaro tem taxa de avaliação positiva mais alta no Sul (44%), e mais baixa no Nordeste (28%). No Sudeste, esse índice de aprovação fica em 38%, e no Norte/Centro-Oeste, em 37%. No grupo que defende a política de isolamento social para conter a proliferação do coronavírus, 22% aprovam Bolsonaro, e 50% reprovam. Entre aqueles que acreditam que o mais importante agora é acabar com o isolamento, a aprovação ao presidente vai a 71%, e a reprovação fica em 11%.
Recém demitido por Bolsonaro, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta teve seu desempenho no combate ao surto de coronavírus avaliado como ótimo ou bom por 70% - praticamente o dobro do obtido pelo seu ex-chefe-, enquanto 7% consideraram ruim ou péssimo o trabalho realizado por ele. Há ainda 18% que avaliam como regular o desempenho de Mandetta, e 5% não opinaram.