A maioria (54%) dos brasileiros agora reprova o desempenho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate à pandemia causada pelo coronavírus no país, índice superior ao registrado em janeiro deste (48%) e o mais alto desde o início da pandemia. A aprovação ao trabalho de Bolsonaro, desde o início do ano, recuou de 26% para 22%, e os demais avaliam como regular (24%) ou não opinaram (1%).
Considerando as divisões sociodemográficas da população consultada, houve alta generalizada na reprovação ao desempenho de Bolsonaro na gestão da crise causada pelo vírus, e esse movimento foi mais acentuado na faixa de 45 a 59 anos (de 45% para 50%), na região Nordeste (de 47% para 59%), entre evangélicos (de 33% para 44%) e na parcela que se declara de cor branca (de 33% para 55%). Nas regiões metropolitanas do país, a avaliação negativa sobre o trabalho do presidente na pandemia passou de 54% para 58%, e no interior teve alta de 43% para 50%.
Na parcela que está vivendo normalmente durante a pandemia, 42% reprovam o desempenho de Bolsonaro, e essa rejeição cresce conforme aumentam as precauções em relação ao vírus. Entre quem está tomando cuidado, mas saindo de casa para suas atividades, 50% consideram o trabalho de Bolsonaro ruim ou péssimo; no grupo que está saindo somente quando inevitável, o índice vai a 58%; entre quem está totalmente isolado, atinge 60%. No estrato que aprova o governo Bolsonaro de forma geral, 64% também aprovam seu desempenho na gestão da pandemia, e 27% consideram regular, com 9% de reprovação nesse tema específico.
A reprovação ao trabalho do Ministério da Saúde na crise do coronavírus também atingiu seu patamar mais alto desde o início da pandemia: 39% agora consideram ruim ou péssimo o trabalho feito pelo ministério, ante 30% em janeiro. A pior avaliação sobre o desempenho do Ministério da Saúde até então havia sido registrado na última semana de junho do ano passado (34% de reprovação), quando o Brasil somava menos de 60 mil mortes por covid-19. A taxa de aprovação ao desempeno do Ministério da Saúde na pandemia, atualmente, é de 28% (a mais baixa da série histórica), e os demais avaliam como regular (32%) ou não opinaram (1%).
A avaliação dos governadores no combate à pandemia também está em queda: 34% consideram ótimo ou bom o trabalho do governador de seu Estado na crise do coronavírus, ante 42% em janeiro deste ano e 58% em abril do ano passado, até então o índice positivo mais alto registrado. A reprovação ao trabalho dos chefes dos executivos estaduais registrou tendência inversa e subiu de 26% para 35% entre janeiro e março, e os demais têm avaliação regular (30%) ou não opinaram (1%).
No conjunto de Estados da região sul, a aprovação aos governadores caiu de 54% para 35%, e nas regiões Norte e Centro-Oeste, contabilizadas de forma agregada, houve queda de 45% para 35% nessa avaliação positiva. No Sudeste, o índice de aprovação ao governadores passou de 34% para 30%, e no Nordeste o recuou foi de 47% para 39%.