Cai índice dos que acreditam que pandemia está fora de controle no Brasil

DE SÃO PAULO

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A parcela de brasileiros adultos que tem algum medo de se infectar com o coronavírus se manteve estável, em patamar elevado, porém, o índice dos que têm muito medo de se infectar diminuiu em comparação a março. Oito em cada dez (81%) declararam ter algum medo de se infectar (era 82% em março, 77% em janeiro, 73% em dezembro, 78% em agosto, 78% em junho e 77% no início de abril), desses, 49% têm muito medo (era 55% em março, 44% em janeiro e 41% em dezembro) e 32% um pouco de medo (era 27% em março e 33% em janeiro). Uma fração de 16% declarou não ter medo de se infectar com o coronavírus (era 12% em março e 16% em janeiro) e 3% declararam espontaneamente que já foi infectada (era 7% em março).

Observam-se diferenças significativas na taxa de muito medo em ser infectado pela doença por gênero: entre as mulheres, 57% têm muito medo, ante 41% entre os homens. Também se observa diferença significativa por região, grau de satisfação com o governo Bolsonaro e grau de confiança nas falas do presidente. O índice de muito medo de ser infectado pelo coronavírus é mais alto entre os moradores da região Nordeste (58%) do que entre os moradores da região Sul (41%), entre os que reprovam o governo Bolsonaro (61%) do que entre os que o aprovam (35%) e entre os que nunca confiam nas falas do presidente (60%) do que entre os que sempre confiam (33%).

A avaliação que pandemia do coronavírus está fora de controle no país recuou 26 pontos percentuais e alcançou o patamar mais baixo. O índice foi de 79%, em março, para 53% (era 62% em janeiro). Já, o índice dos que avaliam que a pandemia está em parte controlada subiu 24 pontos percentuais e registrou patamar recorde. A taxa cresceu de 18%, em março, para 42% (era 33% em janeiro). E para 4%, a pandemia está totalmente controlada (era 2% em março e 3% em janeiro) - entre os que têm 60 anos ou mais o índice alcança 8%. Uma fração de 1% não opinou.

A percepção que a pandemia está fora de controle é mais alta entre os moradores da região Sudeste (58%), entre os que reprovam o governo de Jair Bolsonaro (71%), entre os que nunca confiam nas falas do presidente (69%), entre os que têm muito medo de se infectar (64%) e entre os que reprovam a maneira como o governo Federal vem enfrentando a pandemia (71%).

Entre os que aprovam o desempenho do governo Bolsonaro, 27% avaliam que a pandemia está fora de controle, 61% avaliam que a pandemia está parcialmente controlada, 9% que está totalmente controlada e 2% não opinaram.

Um quarto (23%) declarou que fez uso de medicamentos para se prevenir ou se tratar precocemente da Covid-19. Desses, 6% tomaram remédios porque estavam com Covid-19, 5% estavam com suspeita e 12% para se prevenir. A maior parcela (77%) não tomou remédios - o índice é majoritário em todas as variáveis sociodemográficas.

Observam-se taxas mais altas de uso de medicamento, para prevenção ou tratamento precoce, entre os moradores das regiões Centro-Oeste/ Norte (39%), entre os que pretendem votar em Bolsonaro em 2022 (37%), entre os que aprovam o governo Bolsonaro (35%), entre os que sempre confiam nas falas do presidente (38%) e entre os que aprovam o desempenho do governo Federal no combate à pandemia (34%).

Da parcela que fez uso de remédios para prevenir ou tratar a doença (23%), 12% tomaram os remédios por conta própria (o índice sobe para 23% entre os que sempre confiam nas falas do presidente) e 11% após consulta com algum médico.

Uma parcela de 25% declarou que já teve Covid-19 (entre os moradores das regiões Centro-Oeste/ Norte, o índice sobe para 34%), desses, 18% tiveram o diagnóstico confirmado por teste e 6% não fizeram o teste. Sete em cada dez (72%) declararam que não tiveram Covid-19 e 4% não opinaram.

Na comparação com a pesquisa anterior, de dezembro, o índice de contaminados cresceu 16 pontos percentuais (era 9%). A parcela que teve o diagnóstico confirmado por teste também cresceu no período (era 9%).