Envolvido em denúncias de corrupção e um ano e um mês após assumir a Presidência da República, Michel Temer (PMDB) tem seu governo aprovado por somente 7% dos brasileiros com 16 anos ou mais, índice que o coloca entre os presidentes com pior aprovação na série histórica do Datafolha. Na última avaliação presidencial, realizada em abril, a gestão do peemedebista era aprovada por 9%. No mesmo período, a reprovação a Temer subiu de 61% para 69%, índice que o coloca no mesmo patamar de Dilma Rousseff (PT) ao atingir seu índice mais alto de reprovação (71%), o mais alto já registrado nas pesquisas do Datafolha, em agosto de 2015. Há ainda 23% que avaliam a gestão de Temer como regular, e 2% que preferiram não opinar.
Na região Nordeste, a reprovação a Temer alcança 77%, e fica abaixo da média no Sul (61%). Quanto menor a renda, maior a reprovação ao governo atual: entre aqueles com renda mensal familiar de até 2 salários mínimos de renda familiar mensal, 71% avaliam Temer como ruim ou péssimo, índice que cai para 55% entre os mais ricos, com renda mensal familiar de 10 salários ou mais.
De 0 a 10, a nota média atribuída ao desempenho de Temer é 2,7, ante 3,0 registrada em abril.
A preocupação dos brasileiros com a corrupção voltou a subir e 22% a apontam como o principal problema do país atualmente (em dezembro do ano passado era 16%, e em julho, era 32%). No mesmo patamar está a saúde, vista por 22% como o principal problema brasileiro (na pesquisa anterior sobre o tema, de dezembro de 2016, esse índice era de 33%, e na de julho do mesmo ano, era 17%). Na sequência aparecem desemprego (17%, ante 16% nos dois levantamentos anteriores), educação (11%), violência/segurança (8%), economia (5%).
Entre os mais pobres, desemprego (24%) e saúde (23%) ficam à frente da preocupação com corrupção (16%). Nas faixas de renda familiar superior a dois salários, a taxa dos que apontam corrupção supera os demais problemas, chegando a 30% entre quem tem renda de 5 a 10 salários (ante 18% para saúde). Na região Centro Oeste, 31% indicam a saúde como maior problema, e 22%, a corrupção. Entre os brasileiros com educação superior, 21% identificam a educação como principal problema, atrás apenas de corrupção (28%).
O cenário de crise política e econômica impactou no sentimento de orgulho e vergonha de ser brasileiro e, pela primeira vez na série histórica (iniciada em março de 2000) os brasileiros estão divididos sobre o tema. O sentimento de mais orgulho do que vergonha de ser brasileiro novamente recuou e alcançou o patamar mais baixo da série história sobre o tema, iniciada em 2000: era 69% em dezembro de 2016, 63% em abril deste ano e agora alcançou 50%. O sentimento de mais vergonha do que orgulho de ser brasileiro também alcançou patamar recorde e pelo terceiro levantamento consecutivo o índice subiu: era 28% em dezembro de 2016, 34%, em abril deste ano e agora alcançou 47%.
De maneira geral, o descontentamento é maior entre as mulheres do que entre os homens (51% a 43%).