Candidatura feminina é o que mais eleva chance de voto para prefeitura

Maioria vê poucas mulheres e negros no legislativo paulistano

BAIXE AQUI O RELATÓRIO COMPLETO

Ser mulher é apontada por 19% dos eleitores de São Paulo como uma característica que aumentaria a chance de voto em uma candidatura para a prefeitura na próxima eleição. É o índice mais alto entre dez características consultadas. Para 79%, ser mulher não faria diferença na hora de escolher um candidato, e para 2% diminuiria a chance de escolha por uma candidatura. Entre as mulheres, 24% dizem que a candidatura de uma mulher aumentaria as chances de receber seu voto, índice que fica em 14% entre os homens. O índice dos que dizem que a candidatura de uma mulher eleva as chances de voto fica acima da média na faixa de 25 a 34 anos (29%).

0
SÃO PAULO, SP, 29.12.2016: ARQUITETURA-SP - Fachada do Edifício Matarazzo, ou Palácio Anhangabaú, onde fica a sede da Prefeitura no centro de São Paulo. O imóvel foi projetado pelo arquiteto italiano Marcello Piacentini e possui estilo neoclássico simplificado. (Foto: Avener Prado/Folhapress) - Avener Prado/Folhapress

Uma parcela de 7% diz que a chance de votar em um candidato a prefeito aumenta se ele for um homem, e 3% avaliam que ser homem diminuiria a chance de voto. Para 90%, ser homem não faz diferença. Entre os menos escolarizados, 14% apontam que a candidatura de um homem aumenta a chance de votação.

A candidatura de uma pessoa negra a prefeito não faria diferença na escolha de voto de 87%, e os demais dizem que isso aumentaria as chances de escolha desse candidato (11%) ou que diminuiria (2%). Entre quem se declara de cor preta, 18% apontam que uma candidatura negra para a prefeitura elevaria sua chance de voto, índice que fica em 10% na parcela que se declara parda e em 9% entre brancos.

No mesmo patamar, 10% dizem que a candidatura de uma pessoa indígena para o cargo de prefeito aumentaria a chance de votar nessa candidatura, e para 85% não faria diferença, com 4% apontando para uma diminuição na chance de voto.

O fato de um candidato a prefeito ser branco não faz diferença para 94% dos eleitores da capital paulista, e os demais dizem que isso aumenta a chance de voto (4%) ou diminui (2%).

A candidatura de um homossexual a prefeito aumentaria a chance de 7% dos eleitores paulistanos de votar nesse nome, 10% dizem que isso diminuiria a chance de voto. Para 82%, não faria diferença, e 1% não opinou.

Se o candidato fosse transexual, 11% dizem que isso diminuiria sua chance de escolhê-lo, e 6%, que aumentaria. Uma parcela de 81% declara que não faria diferença, e 1% preferiu não opinar.

Um candidato a prefeito evangélico teria suas chances de voto ampliadas junto a 10% do eleitorado, e para 14% haveria menos chances de votar nessa candidatura. Para 75%, não faria diferença. Entre eleitores evangélicos, 20% dizem que a candidatura de um evangélico a prefeito aumentaria as chances de escolha desse nome. Na parcela de católicos, 82% avaliam que não faria diferença, e para 13% as chances de voto diminuiriam.

O fato de um candidato a prefeito ser católico leva 7% a apontarem maior chance de escolhê-lo, e 5% dizem que isso diminui as chances de receber seu voto. Para 88%, não faz diferença. Entre católicos, 14% dizem que um candidato católico aumenta as chances de voto. Na parcela de evangélicos, 93% avaliam que ser católico não faria diferença na escolha de um candidato a prefeito.

No caso de um candidato a prefeito ser ateu, 17% dizem que isso diminuiria a chance de escolhê-lo, e para 4% isso aumentaria as chances de voto. A maioria (77%) avalia que não faria diferença, e 2% não opinaram. Entre evangélicos, 26% apontam que a candidatura de um ateu diminuiria as chances de voto, e entre católicos esse índice é de 17%.

Três em cada quatro eleitores paulistanos (74%) avaliam que a quantidade de mulheres na Câmara de São Paulo é menor do que deveria, e os demais avaliam ser adequada (15%), maior do que deveria (5%) ou não opinaram (6%).

Entre os homens, 19% avaliam que o tamanho da bancada feminina na Câmara Municipal é adequado, e para 69% é menor do que deveria. Na parcela de mulheres do eleitorado, 12% veem o espaço ocupado como adequado, e para 78% é menor do que deveria. Os menos escolarizados são os que mais apontam que a representatividade feminina no legislativo paulistano é adequada (19%) ou maior do que deveria (12%). Entre quem declara voto em Boulos no primeiro turno da eleição municipal deste ano, 90% avaliam que há menos mulheres na Câmara do que se deveria, índice superior ao registrado entre potenciais eleitores de Ricardo Nunes (64%), Datena (63%) e Pablo Marçal (70%). Na parcela que declara voto em Tabata Amaral, esse índice é de 87%, e entre quem pretende votar em Marina Helena, de 81%.

O cenário é similar para a presença de negros na Câmara Municipal de São Paulo, vista como menor do que deveria por 74%, como adequada por 14%, e como maior do que deveria por 3%, e há 9% que preferiram não opinar.

Na parcela do eleitorado que se declara preta, 12% veem a presença de negros no legislativo da cidade como adequada, para 79% é menor do que deveria, e 7% consideram que é maior do que deveria. Entre pardos, a taxa dos que consideram menor do que deveria é de 72%, há 15% que consideram adequada, e para 3% é maior do que deveria. No eleitorado de cor branca, 74% avaliam que há menos negros do que deveria na Câmara de São Paulo, 13% consideram o tamanho da bancada negra adequada, e para 2% é maior do que deveria. A taxa dos que preferem não opinar é de 3% entre pretos, 9% entre pardos e 11% entre brancos. Entre os menos escolarizados, 9% avaliam que a representatividade negra no legislativo municipal é maior do que deveria, e 21% consideram adequada. Na parcela dos mais escolarizados, esses índices caem para 0 e 10%, respectivamente.