Marçal cresce de 14% para 21% e empata com Boulos (23%) e Nunes (19%) na disputa pela Prefeitura de São Paulo

Candidato do PRTB também vê rejeição aumentar, de 30% para 34%, e se equipara a Boulos no quesito

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Na primeira pesquisa após o registro oficial das candidaturas, três candidatos lideram a disputa pela Prefeitura de São Paulo. Estável, Guilherme Boulos (PSOL) tem 23% das intenções de voto, no mesmo patamar do início deste mês, quando tinha 22%. Ele agora divide a divide a liderança com Pablo Marçal (PRTB), que cresceu de 14% para 21% nesse período, e com o atual prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), que oscilou negativamente de 23% para 19%. Como a margem de erro do levantamento para o total da amostra o é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, os três estão tecnicamente empatados.

Em um patamar mais baixo se posicionam Datena (PSDB), que recuou de 14% para 10%, e Tabata Amaral (PSB), que oscilou de 7% para 8%. A disputa traz ainda Marina Helena (Novo), com 4%, João Pimenta (PCO), com 1%, Bebeto Haddad (DC), com 1%, e Altino Prazeres (PSTU) e Ricardo Senese (UP), que não pontuaram. Os demais votariam em branco ou nulo (8%, ante 11% no levantamento anterior) ou preferiram não opinar (4%).

Nesse levantamento, nos dias 20 e 21 de agosto de 2024, foram realizadas 1.204 entrevistas presenciais, com eleitores da cidade de São Paulo de 16 anos ou mais, de todas as regiões da cidade. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

Da esq. para a dir, os líderes da corrida eleitoral em SP Boulos, Marçal e Nunes - Pedro Ladeira e Bruno Santos/Folhapress

Boulos se destaca dos principais adversários no segmento dos mais escolarizados (tem 32%, ante 22% de Marçal, 16% de Nunes e 10% de Tabata Amaral) e na parcela com renda familiar superior a 5 salários (30%, ante 21% de Marçal, 18% de Nunes e 12% de Tabata Amaral). Entre os homens, o candidato do PRTB tem 28%, ante 22% de Boulos e 18% do atual prefeito, e na faixa de 35 a 44 anos ele tem 32%, seguido pelo deputado do PSOL (21%), Nunes (17%) e Datena (14%). Entre eleitores com escolaridade média, Marçal tem 26%, ante 19% de Boulos e 19% de Nunes. No eleitorado com escolaridade fundamental, o atual prefeito tem 25%, ante 19% de Datena e 18% do deputado PSOL, com Marçal na sequência (8%). Entre os eleitores mais pobres, com renda mensal familiar de até 2 salários, Boulos (18%), Marçal (18%), Nunes (18%) e Datena (15%) travam disputa apertada, e na parcela com renda de 2 a 5 salários os candidatos do PSOL (25%), do PRTB (24%) e do MDB (20%) agregam mais apoio, com o candidato do PSDB em patamar mais baixo (9%). No segmento evangélico, Marçal lidera (30%) em situação de empate com Nunes (22%), e Datena (14%) e Boulos (12%) aparecem em seguida. Na fatia católica do eleitorado, o atual prefeito tem 24%, ante 23% do deputado do PSOL, 17% de Marçal e 13% de Datena.

Entre os eleitores que votaram em Lula (PT) no segundo turno da última disputa presidencial, 44% têm intenção de votar em Boulos para prefeito, e também há aqueles que preferem Nunes (14%), Datena (10%) e Tabata Amaral (10%), entre outros com menor percentual. No eleitorado paulistano de Jair Bolsonaro (PL), quem lidera agora é Marçal (44%), seguido por Nunes (30%) e Datena (8%), entre outros. No levantamento do início de agosto, o prefeito paulistano ficava numericamente à frente do candidato do PRTB entre os eleitores de Bolsonaro (38% a 29%).

De forma geral, Marçal cresceu sete pontos desde o início de agosto, e esse avanço foi mais intenso na faixa de 35 a 44 anos (de 16% para 32%), na faixa de 45 a 59 anos (de 7% para 19%), entre evangélicos (de 18% para 30%), entre eleitores de Jair Bolsonaro na eleição de 2022 (de 29% para 44%) e entre aqueles que se declaram bolsonaristas (de 25% para 46%). Na faixa de 16 a 24 anos, o candidato do PRTB oscilou de 25% para 23%, e isso também ocorreu entre os menos escolarizados (de 10% para 8%).

O recuo de Nunes em relação ao levantamento anterior, que foi de quatro pontos no eleitorado total, foi mais concentrado entre os homens (de 26% para 18%) do que entre as mulheres (de 21% para 20%). Entre os eleitores de Bolsonaro em 2022, foi de 38% para 30% (oito pontos), e entre quem se declara bolsonarista foi de 37% para 26% (11 pontos).

Metade dos eleitores paulistanos (51%) que declara voto em algum candidato avalia que sua escolha se dá porque não há opções melhores, e 48% dizem que escolheram o nome ideal, além de 1% que não respondeu. Entre potenciais eleitores de Nunes, a maioria (61%) o aponta por falta de melhor opção, no mesmo nível registrado entre quem declara voto em Tabata Amaral (59%). Entre eleitores de Boulos, a maioria (62%) o considera o nome ideal. Na parcela que pretende votar em Marçal, 53% o escolhem por ser o nome ideal, e entre eleitores de Datena esse índice é de 44%.

Na pesquisa de voto espontânea, quando não há a apresentação dos nomes dos pré-candidatos, Boulos é citado por 17% (ante 14% no início de agosto), Marçal, por 13% (tinha 6%), e Nunes, por 7% (tinha 10% no levantamento anterior). Há também 2% que dizem que irão votar no atual prefeito, sem especificar o nome. Também são mencionados espontaneamente os nomes de Tabata Amaral (4%, e tinha 2%), de Datena (2%, e tinha 3%), e de Marina Helena (1%), entre outros que não atingiram 1%. O índice dos que não souberam citar nenhum nome passou de 44% no início de agosto para 48% atualmente, e 5% dizem espontaneamente que irão votar em branco ou nulo (eram 11% no levantamento anterior).

Entre aqueles que, posteriormente, declaram voto em Boulos para prefeito, 70% já haviam citado seu nome na pesquisa espontânea, e 28% não haviam mencionado nenhum nome (somando em branco, nulo e não sabe). Entre quem indicou votar em Nunes, 34% o haviam citado na espontânea, 8% haviam declarado votar no atual prefeito, sem mencioná-lo diretamente, e 54% não haviam respondido. No eleitorado de Marçal na consulta estimulada, 59% tinham citado seu nome na pesquisa espontânea, e 39% não haviam respondido. Entre quem escolheu Datena diante da lista de candidatos, apenas 19% o haviam mencionado espontaneamente como opção de voto, e 72% não haviam citado ninguém. Entre eleitores de Tabata Amaral na consulta estimulada, 46% também citaram seu nome na consulta espontânea, e 48% não haviam mencionado nenhum nome.


EM ALTA, REJEIÇÃO A MARÇAL É SIMILAR À ENFRENTADA POR BOULOS

Candidato pelo PSDB, Datena é o candidato a prefeito mais conhecido pelos eleitores paulistanos: 98% o conhecem, divididos entre aqueles que o conhecem muito bem (51%), um pouco (29%) ou só de ouvir falar (17%). O atual prefeito, Ricardo Nunes, é conhecido por 85%, incluindo aqueles que o conhecem muito bem (34%), um pouco (30%) e só de ouvir falar (21%). Segundo lugar na disputa pela prefeitura da capital paulista em 2020, Boulos é conhecido por 84%, que se dividem entre aqueles que o conhecem muito bem (37%), um pouco (24%) e só de ouvir falar (23%).

O conhecimento do candidato do PRTB, Pablo Marçal, oscilou de 62% para 67%, divididos entre 25% que o conhecem muito bem, 21% que o conhecem um pouco e 20% que o conhecem só de ouvir falar. A deputada federal Tabata Amaral também é conhecida pela maioria do eleitorado (61%), sendo que 16% a conhecem muito bem, 23%, um pouco, e 22%, só de ouvir falar. O índice de conhecimento da candidata do PSB oscilou de 58% para 61%.

A candidata Marina Helena é conhecida por 40% (5% muito bem, 16%, um pouco, e 18%, só de ouvir falar), e na sequência aparecem João Pimenta (23%, sendo que 1% o conhecem muito bem, 6%, um pouco, e 16%, de ouvir falar), Bebeto Haddad (23%, sendo que 2% o conhecem muito bem, 8%, um pouco, e 12%, só de ouvir falar), Ricardo Senese (14%, sendo que 1% conhece muito bem, 4% um pouco, e 9%, só de ouvir falar), e Altino Prazeres (12%, sendo que 1% conhecem muito bem, 3%, um pouco, e 8%, só de ouvir falar).

Boulos segue como o candidato mais rejeitado pelos eleitores paulistanos, com oscilação de 35% no início de agosto para 37% atualmente. No mesmo patamar, 34% agora rejeitam votar em Marçal, ante 30% no levantamento anterior, e há 32% que não votariam de jeito nenhum em Datena (no início de agosto, 31%).

Na sequência aparecem Nunes, com taxa de rejeição de 25% (eram 24%), Bebeto Haddad (18% não votariam), Tabata Amaral (18%, ante 16% no início de agosto), Pimenta (17%, ante 21% no levantamento anterior), Marina Helena (14%, ante 16%), Altino Prazeres (14%, ante 20% no início do mês) e Ricardo Senese (12%, índice similar ao registrado no início de agosto). Uma parcela de 3% rejeita todos os candidatos, e 1% votaria em qualquer um deles, além de 4% que preferiram não opinar sobre o tema.

Boulos é mais rejeitado entre homens (44%) do que no eleitorado feminino (31%), e também enfrenta rejeição acima da média na faixa de 35 a 44 anos (46%), entre evangélicos (44%) e entre quem tem renda familiar acima de 5 salários (47%). A candidatura de Marçal é mais rejeitada na faixa de 16 a 24 anos (46%), entre eleitores mais escolarizados (45%) e no segmento com renda acima de 5 salários (49%), e o mesmo acontece com Datena e Nunes, com rejeição acima da média entre quem estudou até o ensino superior (40% e 35%, respectivamente) e entre eleitores de maior renda (41% e 32%).

COM VANTAGEM MENOR, NUNES (47%) VENCERIA BOULOS (38%) EM SEGUNDO TURNO

A projeção de uma disputa pela prefeitura paulistanos em segundo turno entre Ricardo Nunes e Guilherme Boulos mostra vantagem do atual prefeito, que tem 47% das intenções de voto, ante 38% do deputado do PSOL. Neste cenário, 13% votariam em branco ou nulo, e 2% não opinaram.

Na comparação com levantamento do início de agosto, a distância entre eles passou de 13 para nove pontos percentuais, com oscilação negativa de Nunes (tinha 49%) e positiva de Boulos (tinha 36%).

O atual prefeito consegue vantagem acima da média na faixa etária de 45 a 59 anos (52% a 35%) e entre evangélicos (54% a 24%). Na parcela que tem intenção de votar em Pablo Marçal no primeiro turno, 66% optariam por Nunes na disputa direta contra Boulos, que ficaria com 9% desses votos, uma parcela de 24% votaria em branco ou nulo nesse cenário. Entre quem prefere Datena, 44% votariam no atual prefeito no segundo turno, e 36% optariam pelo candidato do PSOL. Na parcela que opta inicialmente por Tabata Amaral, 50% votariam em Boulos, e 34% em Nunes.

A disputa entre eles é mais acirrada nas faixas de 16 a 24 anos (39% para Nunes e 48% para Boulos), de 25 a 34 anos (43% a 39%, respectivamente) e entre quem tem curso superior (45% a 43%). No grupo que tem o PT como partido preferido, 65% votariam em Boulos, e 29%, em Nunes. Entre eleitores de Lula no segundo turno da eleição de 2022, o deputado do PSOL lidera com 63%, ante 29% do atual prefeito. Na parcela do eleitorado paulistano que votou em Bolsonaro, 77% hoje preferem Nunes, ante 8% que votariam em Boulos.

38% ESTÃO MUITO MOTIVADOS PARA VOTAR, E 30%, DESMOTIVADOS

Em uma escala de 0 a 10, 30% atribuem notas de 0 a 3 ao seu grau de motivação para votar nas eleições deste ano, e 38% se encontram no outro extremo, atribuindo notas 9 ou 10. Entre eles, há 17% que atribuem notas de 4 a 6, e 15%, notas 7 ou 8. O grau de motivação médio dos eleitores é 5,9, com média mais alta entre homens (6,4) do que entre mulheres (5,4). A parcela com alta motivação (notas 9 ou 10) é de 24% entre jovens de 16 a 24 anos, de 31% na faixa de 25 a 34 anos, de 37% na faixa de 35 a 44 anos, de 40% entre quem tem de 45 a 59 anos, e de 47% entre os eleitores mais velhos, com 60 anos ou mais. Entre os eleitores menos escolarizados, 36% estão muito motivados para votar, ante 31% no eleitorado com escolaridade média e 46% entre quem estudou até o ensino superior.

Os eleitores de Boulos são os mais motivados (média 7,5 e 57% de notas 9 ou 10), e os de Datena, os menos motivados (média 4,5 e 22% de notas 9 ou 10). Entre os que declaram voto em Marçal a média é de 6,3, com 40% de notas 9 ou 10, motivação similar à registrada entre os potenciais eleitores de Nunes, cuja média é 6,2, com 39% de notas 9 ou 10. Na parcela que pretende votar em Tabata Amaral, a média de motivação é 5,6, com 32% de notas 9 ou 10.