Descrição de chapéu Eleições Datafolha

Lula lidera cenários de primeiro turno, e há empate contra Bolsonaro

Nas simulações de 2º turno, presidente perde vantagem e empata contra Michelle, Tarcísio e com o ex-presidente

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Atual ocupante do Palácio do Planalto, Lula (PT) lidera os cenários de intenção de voto para o 1º turno da eleição presidencial de 2026. Seu opositor mais competitivo, neste momento, é Jair Bolsonaro (PL), inelegível por decisão da Justiça Eleitoral, mas que pode lançar seu nome para a disputa até ser vetado oficialmente devido à sua situação legal. No embate entre eles, há empate no 1º e 2º turno.

No cenário em que os dois são incluídos como alternativas de voto para o 1º turno da eleição ao lado de Ratinho Junior (PSD), Romeu Zema (Novo) e Ronaldo Caiado (UB), o petista é a opção de 36% dos brasileiros com 16 anos ou mais, no mesmo patamar de seu antecessor (35%). Em um patamar mais baixo aparecem, empatados, Ratinho (7%), Zema (5%) e Caiado (5%), e os demais votariam em branco ou nulo (10%), além de 2% que não responderam.

PORTO ALEGRE (RS), 27/10/2024 - Cabine de votação do segundo turno das eleições 2024 para prefeito na cidade de Porto Alegre no Rio Grande do Sul.

Entre os nomes testados contra Lula no 1º turno, o da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL) é quem mais se aproxima do petista. O atual presidente tem 37% no cenário em que enfrenta Michelle, que aparece com 26%. Ela é seguida por Ratinho Junior (9%), Caiado (7%) e Zema (6%), com 11% de votos em branco ou nulo e 3% sem opinião.

A soma dos índices de preferência por Ratinho, Caiado e Zema é de 22% para o total da população com 16 anos ou mais, e ela fica acima da média nos segmentos de renda mais elevada (32% na faixa de 5 a 10 salários e 36% entre quem tem renda superior a 10 salários) e na região Sul (29%, desempenho puxado pela intenção de voto em Ratinho, atual governador do Paraná, que alcança 25%). Entre evangélicos, Michelle tem 42%, ante 24% de Lula, 9% de Ratinho, 6% de Zema e 5% de Caiado. Entre os que votaram em Bolsonaro no segundo turno de 2022, Michelle alcança 54%.

Com Tarcísio de Freitas (Republicanos) no lugar de Michelle Bolsonaro, Lula tem 37%, ante 21% do governador de São Paulo. Na sequência aparecem Ratinho Junior (11%), Caiado (6%) e Zema (6%), com 15% de brancos ou nulos e 4% sem opinião. Entre quem estudou até o ensino superior, o petista tem 34%, ante 30% do governador paulista. Na faixa de renda de 5 a 10 salários mínimos, 35% votariam em Tarcísio, e 28%, em Lula. Entre os mais ricos, com renda familiar superior a 10 salários, esses índices ficam em 34% e 28%, respectivamente.

Nos embates entre Lula e os filhos de Bolsonaro, os cenários são parecidos. Tendo Eduardo Bolsonaro (PL) como adversário, o atual presidente tem 37% das intenções de voto, ante 20% do deputado federal do PL, 11% de Ratinho Junior, 8% de Zema e 7% de Caiado. Os demais não opinaram (3%) ou votariam em branco ou nulo (14%).

Tendo como adversário Flávio Bolsonaro, sem a presença de Zema entre as alternativas de voto, Lula teria a preferência de 38%. Na sequência aparecem o senador carioca (20%), Ratinho Junior (12%) e Caiado (11%). Neste cenário, 16% votariam em branco ou nulo, e há 3% que não opinaram.

Em um cenário em que são testados o nome de Bolsonaro e de Fernando Haddad (PT) como candidatos, sem Lula, 37% declaram voto no ex-presidente, e 23% optam pelo atual Ministro da Fazenda. Em um patamar mais baixo aparecem Ratinho Junior (9%), Zema (6%) e Caiado (5%), com 3% sem opinião e 17% de votos em branco ou nulos.

Na pesquisa espontânea, quando não há apresentação dos cartões com os nomes dos pré-candidatos, Lula é citado por 18% (eram 20% em abril), e Jair Bolsonaro, por 16% (eram 14%). Também são mencionados espontaneamente os nomes de Tarcísio (1%) e Caiado (1%), e as menções ao atual presidente também somam 1%, entre outras respostas que não atingiram esse percentual mínimo. A maioria (56%) dos brasileiros, porém, preferiu não citar nenhum nome, e 5% declararam que irão votar em branco ou anular o voto para presidente em 2026.

Entre quem avalia o governo Lula atual como ótimo ou bom, 48% citam seu nome espontaneamente como candidato a presidente em 2026. Na fatia que vê o governo como regular, 13% mencionam o petista (e 7%, Bolsonaro), e entre quem considera a gestão do petista ruim ou péssima 33% citam espontaneamente Bolsonaro como nome escolhido para a próxima disputa presidencial.

O Datafolha também mediu a rejeição aos pré-candidatos à Presidência, que é liderada por Lula, em quem 46% não votariam de jeito nenhum, e Bolsonaro, rejeitado por 43%. Em um patamar mais baixo aparecem Eduardo Bolsonaro (32%), Flavio Bolsonaro (31%), Michelle Bolsonaro (30%), Fernando Haddad (29%), Ratinho Junior (19%), Romeu Zema (18%), Tarcísio de Freitas (15%) e Ronaldo Caiado (15%). Há 2% que votariam em qualquer um deles, 1% que não votaria em nenhum, e 1% que preferiu não opinar.

LULA PERDE VANTAGEM CONTRA ADVERSÁRIOS NO 2º TURNO

Na primeira pesquisa de intenção de voto realizada pelo Datafolha neste ano, Lula aparecia em vantagem contra todos seus adversários, mas esse cenário mudou: agora, empata com Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, e abre distância somente nas disputas diretas contra Eduardo Bolsonaro e Flavio Bolsonaro. Ao contrário das simulações de 1º turno, em que os nomes apresentados aos brasileiros foram alterados e, por isso, não permitem uma comparação entre os resultados, os cenários de 2º turno que se repetem nos dois levantamentos permitem comparações.

A repetição do 2º turno da disputa presidencial de 2022, hoje, mostra empate entre Jair Bolsonaro (45%) e Lula (44%), com 10% de votos em branco ou nulos, e 1% sem opinião. Na pesquisa de abril, o petista aparecia à frente, com 49%, e o ex-presidente tinha 40%.

Tendo o governador de São Paulo como oponente, Lula tem 43% das intenções de voto, ante 42% de Tarcísio. Brancos e nulos somam 13%, e 2% não opinaram. No levantamento anterior, o atual presidente tinha vantagem sobre o adversário (48% a 39%).

Entre os homens, Tarcísio tem 46%, ante 41% de Lula. Na parcela de mulheres, o petista tem vantagem (45% a 38%). O cenário também é mais favorável ao petista entre jovens de 16 a 24 anos (48% a 37%), no segmento menos escolarizado (57% a 34%), entre os mais pobres (49% a 36% na faixa com renda mensal familiar de até 2 salários), no Nordeste (56% a 29%) e na parcela de católicos (49% a 39%). O governador de São Paulo tem vantagem entre os mais escolarizados (52% a 38%), nas faixas de renda familiar mais elevada (47% a 38% entre quem tem renda de 2 a 5 salários, 61% a 32% na faixa de 5 a 10 salários e 53% a 30% na faixa acima de 10 salários), no Sudeste (49% a 38%), no Sul (47% a 34%) e entre evangélicos (54% a 29%).

No embate entre o atual presidente e Michelle Bolsonaro, o petista tem 46% das intenções de voto (em abril, 50%), e a ex-primeira dama, 42% (tinha 38% em abril). Os demais votariam em branco ou nulo (11%) ou preferiram não opinar (1%).

Contra Eduardo Bolsonaro, Lula teria 46% das intenções de voto, ante 38% do deputado do PL, com 14% optando pelo voto branco ou nulo e 1% sem opinião sobre a disputa. Na pesquisa de abril, a distância entre o petista e o deputado federal era mais ampla (51% a 34%).

Cenário similar é verificado no embate entre o atual presidente e Flavio Bolsonaro, em que Lula aparece com 47%, e o senador pelo Rio de Janeiro, com 38%. Votos em branco somam 14%, e 1% não opinou. Essa simulação não foi realizada em abril de 2024.

Uma eventual disputa entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro mostra o ex-presidente à frente, com 45%, ante 40% do atual Ministro da Fazenda. Os demais votariam em branco ou nulo (13%) ou não opinaram (1%). Na pesquisa anterior, a vantagem, dentro do limite da margem de erro, era do petista (45% a 41%).

CRESCE ÍNDICE DOS QUE ACREDITAM QUE LULA IRÁ DISPUTAR REELEIÇÃO

Dois em cada três (66%) brasileiros com 16 anos ou mais acredita que o atual presidente tentará a reeleição no ano que vem, índice superior ao registrado em abril deste ano (62%).

Entre eles, há 42% que avaliam que Lula certamente disputará a eleição (eram 40%), enquanto 24% avaliam que ele talvez dispute (eram 22%). Para 28%, o petista não estará na corrida presidencial de 2026, e há 6% sem opinião sobre o tema. A taxa dos que acreditam que Lula não disputará a eleição fica acima da média entre aqueles que consideram seu governo ruim ou péssimo (36%).

Consultados pela primeira vez se Lula deveria ou não disputar um novo mandato presidencial, a maioria (57%) opinou que ele não deveria, e 41% declararam que ele deveria tentar novamente o cargo. Há ainda 2% que não opinaram.