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Este texto é uma parceria entre Datafolha e Codecs, empresa especializada em análise de cenários digitais e reputação
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), lidera disparado em engajamento nas redes sociais entre os candidatos à prefeitura. Campos somou 1.466.243 interações em suas redes entre 10 e 19 de setembro, alta de 67% em relação ao período exatamente anterior. Este total supera em oito vezes a soma de interações de seus adversários Gilson Machado (PL) e Daniel Coelho (PSD). É o que revela levantamento feito em parceria entre Datafolha e Codecs, que tem o objetivo de diagnosticar o embate eleitoral no ambiente digital.
As redes analisadas são Facebook e Instagram. Alvo de crítica dos rivais, Campos, que lidera as pesquisas de intenção de voto com 76%, segundo o último Datafolha, tem ignorado completamente os adversários. Em seus posts, o prefeito foca nas realizações da gestão e em atos de campanha, muitas vezes em tom leve e fazendo uso do humor.
Já Gilson Machado citou o prefeito em 25% de seus 24 posts, o que mostra que os ataques a Campos são parte central de sua estratégia nas redes. Machado somou 166.495 interações, queda de 18% em relação aos 10 dias anteriores. Ele tem tentado nacionalizar o debate, associando Campos ao comunismo e dizendo que Recife "ficou igualzinha à Venezuela".
Daniel Coelho ocultou as métricas de 39 de seus 63 posts, e deixou visíveis apenas 3.805 interações (redução de 7% em relação ao período anterior). Daniel também tem atacado Campos, afirmando que a Recife da propaganda do prefeito não representa a realidade.
O QUE FALAM DELES
Machado foi o mais citado entre os três candidatos na internet em geral, um ambiente que une portais de notícias e redes sociais. O motivo foi a suspensão provisória de sua campanha eleitoral pela Justiça, tema que fez disparar em 325% a repercussão sobre ele e esteve em 44% de todas as menções ao candidato. No total, foram 3.176 citações a Gilson.
A suspensão ocorreu em virtude de uma ação da campanha de João Campos. O argumento foi de que Gilson exibiu, no horário eleitoral gratuito, peça publicitária vinculando o prefeito a um escândalo em creches, sem comprovar as acusações.
Esse assunto teve protagonismo por conta de páginas e perfis conservadores, que divulgaram falando em "censura". Foram comuns as mensagens que afirmavam que os juízes pernambucanos estavam "copiando" o STF.
Campos foi citado 2.452 vezes, e 44% dessa repercussão foi associada a pesquisas divulgadas no período.