Para 42%, a lei que define os casos de aborto deve continuar como está

Para 35%, deveria ser proibido em qualquer situação

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O tema do aborto segue dividindo a opinião dos brasileiros. Quatro em cada dez (42%) avaliam que o aborto dever se restringir às situações já previstas na lei brasileira, 35% avaliam que o aborto deveria ser proibido em qualquer situação, 15% avaliam que o aborto deveria ser ampliado para outras situações e 6% avaliam que o aborto deveria ser permitido em qualquer situação. Uma parcela de 2% não opinou.

Em comparação à pesquisa anterior, de maio de 2022, as taxas permaneceram estáveis. Naquela data, 39% avaliavam que o aborto deveria ser permitido nas situações já previstas em lei, 32% que deveria ser proibido em qualquer situação, 18% que deveria ser ampliado para mais situações e 8%, que deveria ampliado para qualquer situação. No levantamento realizado em 2018, 41% defendiam a proibição em qualquer situação, o maior índice dessa série.

Manifestação nos arredores do congresso argentino que discutia no Senado proposta de rechaçar a lei que legalizaria o aborto no país. - Erick Dau/Farpa/Folhapress

De maneira geral, não são observadas diferenças significativas de opinião por gênero. Mas, por faixa etária, grau de instrução, renda familiar e religião.

Da parcela que apoia que as situações de aborto devem seguir as já previstas em lei são observados índices mais altos entre os mais instruídos (53%, ante 32% entre os menos instruídos), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 2 a 5 salários mínimos (52%, ante 36% entre os que possuem renda familiar mensal de até 2 salários mínimos) e entre os católicos do que entre os evangélicos (46%, ante 39%).

Daqueles que avaliam que o aborto deve ser proibido e qualquer situação são observadas taxas mais altas entre os que têm 60 anos ou mais (46%, ante 27% entre os que têm 16 a 24 anos), entre os menos instruídos (50%, ante 19% entre os mais instruídos), entre os mais pobres (41%, ante 22% entre os mais ricos) e entre os evangélicos (44%, ante 34% entre os católicos).

E, da parcela que defende a ampliação do aborto para mais situações se observa taxa mais alta entre os que têm 16 a 24 anos (24%).

O atual levantamento foi realizado nos dias 19 e 20 de março de 2024, com 2.002 entrevistas presenciais em 147 municípios, com população de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

A metade (52%) avalia, que independentemente da situação, a mulher que interromper a gravidez deve ser processada e presa, já 42% avaliam que essas mulheres não deveriam ser processadas e nem presas. Uma fração de 6% não opinou.

Em comparação à pesquisa anterior, de agosto de 2018, diminuiu a parcela favorável à punição dessas mulheres (era 58%) e cresceu a parcela que não é favorável à punição (era 33%).

Na análise por segmentos sociodemográficos, não são observadas diferenças significativas de opinião por gênero e religião, mas sim por faixa etária, grau de instrução, renda familiar mensal e natureza do município.

Da parcela favorável à punição legal das mulheres que cometem aborto, observam-se índices mais altos entre os eu têm 60 anos ou mais do que entre os que têm 16 a 24 anos (58%, ante 38%), entre os menos instruídos (67%, ante 37% entre os mais instruídos), entre os mais pobres (57%) e entre os moradores de cidades do interior (56%, ante 46% entre moradores de Regiões Metropolitanas).

Já daqueles contrários à punição legal das mulheres que cometem aborto são observados índices mais altos entre os que têm 16 a 24 anos (57%, ante 34% entre os que têm 60 anos ou mais), entre os mais instruídos (59%, ante 28% entre os menos instruídos), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 a 10 salários mínimos (58%, ante 37% entre os que possuem renda familiar mensal de até 2 salários mínimos) e entre os moradores de Regiões Metropolitanas (49%, ante 38% entre os moradores de cidades do interior).