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Brasileiro está menos otimista sobre 2025 do que na passagem para 2024

Desempenho de Haddad à frente da economia é aprovado por 27%, e 34% reprovam, com 34% de avaliação regular

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Os brasileiros estão menos otimistas para o próximo ano na comparação com as expectativas de viradas de calendário recentes. Em relação à própria situação, seis em cada dez (60%) acreditam que 2025 será melhor do que 2024, e os demais avaliam que será igual (21%), pior (16%) ou não responderam (2%). Em dezembro de 2023, 70% esperavam por um ano melhor para si, e ao final de 2022 esse índice era de 66%. Na passagem de 2021 para 2022, a taxa de otimismo era de 76%, e entre 2020 e 2021, de 68%.

Entre as mulheres, 65% têm expectativa de um ano melhor do que o atual, e entre homens são 55%. No Sul, 50% avaliam que 2025 será melhor que 2024, a taxa regional mais baixa registrada, e no Nordeste esse índice é de 72%, a mais alta. Na parcela que considera o governo Lula (PT) ótimo ou bom, 80% avaliam que a vida estará melhor no próximo ano. Entre quem o avalia como regular esse índice é de 62%, e no grupo que o considera ruim ou péssimo cai para 38%.

Queima de fogos para comemorar o Ano Novo na praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress, COTIDIANO)

Na avaliação sobre como será o ano novo dos brasileiros de forma geral, 47% acreditam que será melhor do que 2024, e os demais avaliam que será igual (25%), pior (25%) ou não opinaram (3%). No final de 2023, a maioria (61%) tinha expectativa de um ano novo melhor do que o que se encerrava, índice similar ao registrada em dezembro de 2022 (60%). Entre 2021 e 2022, esse índice chegou a 73%, e entre 2020 e 2021 foi de 58%.

Na faixa de renda familiar de até 2 salários, 53% avaliam que o próximo ano será melhor do que o atual, índice que recua para 43% na faixa de 2 a 5 salários e para 36% entre os mais ricos, com renda superior a 5 salários. Ocorre o oposto com a previsão negativa: entre os mais pobres, 19% acreditam que haverá piora na vida dos brasileiros em geral, ante 29% na faixa de 2 a 5 salários e 34% na parcela com renda superior a 5 salários.

MAIORIA (61%) VÊ ECONOMIA NO RUMO ERRADO

Para uma porção majoritária dos brasileiros (61%), a economia brasileira está no rumo errado atualmente, e 32% avaliam que está no rumo correto, além de 6% que preferem não opinar sobre o tema.

Na parcela de menor renda familiar, 37% veem a economia no rumo correto, índice que recua para 27% na faixa intermediária, de 2 a 5 salários, e fica em 30% entre quem tem renda familiar superior a 5 salários. No Nordeste, 43% acreditam que a economia vai bem, ante 28% no Sul, 28% no Sudeste e 30% no conjunto das regiões Norte e Centro-Oeste. Entre eleitores de Lula no segundo turno de 2022, 56% veem a economia no rumo correto, e 37%, no rumo errado. Entre quem votou em Bolsonaro esses índices são de 12% e 84%, respectivamente.

Informados de que Fernando Haddad é ministro responsável no Governo Federal pelos assuntos econômicos do Brasil, os brasileiros também avaliaram seu desempenho à frente do Ministério da Fazenda. Para 27%, o trabalho de Haddad ótimo ou bom, 34% o consideram regular, e para outros 34% é ruim ou péssimo, e há 5% que preferiram não responder. Entre os homens, 41% reprovam o desempenho do Ministro da Fazenda, ante 28% entre as mulheres. Na parcela com ensino superior, 48% o reprovam, e a aprovação é de 22%.

Entre os menos escolarizados, que estudaram até o fundamental, o resultado é oposto, com índice mais alto de avaliação positiva (41%) do que negativa (22%). Na fatia de escolaridade média, 20% aprovam Haddad, e 35% reprovam. Entre quem tem renda familiar de até 2 salários, a aprovação é de 33%, e a reprovação, de 25%. Na parcela com renda de 2 a 5 salários, esses índices mudam para 21% e 42%, respectivamente, e entre quem tem renda superior a 5 salários ficam em 24% e 47%.

No grupo que considera o governo Lula ótimo ou bom, 59% também avaliam positivamente o desempenho do titular da Fazenda, e para 7% deles seu trabalho é negativo até aqui. Entre quem vê a gestão Lula como regular, 15% aprovam Haddad, 23%, reprovam, e a maioria o considera regular (56%). Na fatia dos que avaliam o atual governo negativamente, 5% consideram o desempenho do responsável pela economia positivo, e para 71% é negativo.

A expectativa econômica do país para os próximos meses acompanha a tendência registrada para o próximo ano, com menos otimismo do que em levantamentos anteriores.

Uma parcela de 33% acredita que a situação econômica do país irá melhorar nos próximos meses, e para 28% vai piorar. Há 37% que veem estabilidade, e 2% não opinaram. Em março deste ano, 39% esperam por melhora na economia brasileira, e 27%, piora, com 32% de previsão de estabilidade.

Em relação à situação econômica pessoal, 54% acreditam que irá melhorar nos próximos meses, 12%, que vai piorar, e para 33% ficará estável, com 2% sem opinião. Neste caso, há estabilidade em relação a março deste ano tanto sobre o otimismo (53%) quanto sobre o pessimismo (32%).

A avaliação retrospectiva sobre a economia mostra que 22% apontam para uma melhora da economia brasileira nos últimos meses, e 45% viram piora, com 31% apontando para estabilidade. Há ainda 2% que não responderam. Em outubro deste ano, 41% apontavam para piora econômica do país nos meses anteriores, e 26%, para uma melhora, com 32% de estabilidade.

Ao analisar a própria situação econômica, 29% apontam para uma melhora nos últimos meses, em patamar similar ao dos que indicam piora (27%). Para 43%, não houve mudança, e 1% não opinou. Na pesquisa de outubro, 28% apontavam melhora na situação econômica pessoal, e 26%, piora, com 45% de menções à estabilidade.

Entre brasileiros com renda familiar de até 2 salários, 25% enxergam melhora na economia do país nos últimos meses, e 38%, piora. Na faixa seguinte, de 2 a 5 salários, essa distância aumenta, com 19% apontando para melhora, e 51%, piora. Entre quem tem renda acima de 5 salários, esses índices ficam em 20% e 55%, respectivamente. Em relação à situação econômica pessoal, as variações entre os diferentes segmentos são menos significativos estatisticamente.

MAIS BRASILEIROS VEEM INFLAÇÃO EM ALTA, E EXPECTATIVA DE ALTA NO DESEMPREGO RECUA

Os indicadores sobre inflação, emprego e poder de compra apontam para sinais distintos, com pessimismo em relação aos preços e otimismo sobre a ocupação.

Uma parcela de 67% dos brasileiros acredita que inflação irá subir nos próximos meses, e os demais esperam por queda (9%), estabilidade (21%) ou não responderam (3%). Em março deste ano, a taxa dos que apontavam para inflação mais alta era de 60%, com 14% apontando queda, e 23%, estabilidade.

Sobre o desemprego, 41% preveem alta nos próximos meses, 24% avaliam que haverá diminuição, e para 33% ficará estável, além de 2% que não responderam. Na pesquisa de março, 46% esperavam por alta na desocupação, 24%, por queda, e 28% viam manutenção em patamar estável.

A taxa dos que preveem alta no poder de compra é de 27%, e para 39% haverá diminuição. Uma fatia de 31% prevê estabilidade, e 3% não opinaram. Na pesquisa anterior, 30% apontavam para alta no poder de compra, 34%, para queda, e outros 34%, para estabilidade.

No segmento com renda de até 2 salários, 34% avaliam que o poder de compra dos salários nos próximos meses irá aumentar, e 28% veem diminuição. Entre quem tem renda de 2 a 5 salários, 21% preveem aumento no poder de compra, e 46%, queda. Na parcela mais rica, com renda superior a 5 salários, a taxa dos que têm expectativa de alta é de 16%, e a maioria prevê diminuição no poder de compra dos salários (55%).