Descrição de chapéu Avaliação de governo

Responsabilzada por Petrobras pela maioria, Dilma tem avaliação estável

DE SÃO PAULO

A presidente Dilma Rousseff (PT) termina seu primeiro mandato com a mesma aprovação registrada na semana da votação que a reelegeu: atualmente, 42% dos brasileiros com 16 anos ou mais consideram seu governo ótimo ou bom atualmente, índice idêntico ao registrado em pesquisa realizada no dia 21 de outubro deste ano. O índice de reprovação ao seu governo, porém, é mais alto hoje (24%) do que antes da votação (20%), enquanto a taxa dos que avaliam a gestão como regular é de 33% (ante 37% no levantamento anterior).

Ao longo de seu primeiro mandato, o governo Dilma alcançou sua taxa de aprovação mais alta (65%) em março de 2013, após dois anos e três meses de governo. Três meses mais tarde, em junho, a aprovação à gestão da petista atingiria seu patamar mais baixo (30%).

De 0 a 10, a nota média atribuída ao desempenho de Dilma até aqui é 6,2, nota similar à registrada em 21 de outubro (6,3).

Dilma aparece acenando. Ela está no palanque, discursando. Veste paletó branco e está cercada de políticos que preenchem o fundo da imagem. O pódio no qual discursa está coberto por uma bandeira do Brasil.
Dilma Rousseff durante evento com a militância para comemorar a reeleição na campanha eleitoral de 2014, em hotel próximo ao Palácio da Alvorada, em Brasília (DF) - Pedro Ladeira - 26.out.2014/Folhapress

Em relação ao segundo mandato, 50% avaliam que a petista fará um segundo governo ótimo ou bom, 26%, que seu próximo mandato será regular, e 21%, que será ruim ou péssimo. Há ainda 4% que não souberam opinar. Esses resultados são menos otimistas do que os registrados antes de Dilma Rousseff assumir seu primeiro mandato. Em dezembro de 2010, 73% acreditavam que a petista faria um governo ótimo ou bom, 16% esperavam um governo regular, e 6%, ruim ou péssimo. À época, 6% não opinaram.

Mais da metade dos brasileiros (56%) cita espontaneamente Lula quando questionada sobre qual o melhor presidente que o Brasil já teve. O nome de Fernando Henrique Cardoso vem a seguir, com 13%, e depois aparecem, no mesmo patamar, Getúlio Vargas (6%), Dilma (5%) e Juscelino Kubitschek (3%). Também foram mencionados José Sarney (2%), Itamar Franco (1%), Fernando Collor (1%) e João Baptista Figueiredo (1%), além de outros que não atingiram 1%. Uma fatia de 8% não soube opinar.

O ex-presidente Lula lidera a lista de melhor presidente em todos os segmentos, com índices mais altos entre os mais jovens (64%), entre os mais pobres (61%), nas regiões Norte (62%) e Nordeste (68%), e com índices mais baixos entre os mais velhos (46%, em segmento no qual se destaca Getúlio Vargas, com 14%), na fatia dos mais escolarizados (41%, ante 25% de Fernando Henrique) e entre os mais ricos (36%, em patamar próximo ao de Fernando Henrique, citado por 32%).

A popularidade de Lula fica hoje abaixo da atingida ao final de seu governo, em novembro de 2010, e acima da obtida em dezembro de 2006, quando concluía seu primeiro mandato. Em 2006, 35% citavam Lula como o melhor presidente da história do Brasil, enquanto 12% indicavam Fernando Henrique, 11%, Juscelino, e 8%, Vargas, entre outros. Quatro anos depois, 71% mencionavam o petista, 6%, Fernando Henrique, 5%, Vargas, e outros 5%, Juscelino, entre outros.

Saúde é área com pior avaliação

Entre as áreas que são consideradas de responsabilidade do governo federal, 43% indicam a saúde como a mais problemática atualmente. Esse índice é inferior ao registrado em junho (38%) e abril (34%) deste ano, e fica mais próximo do registrado em junho do ano passado, quando a saúde atingiu seu percentual mais alto como principal problema do país (48%). Em seguida, atualmente, aparecem segurança/violência, com 18% (ante 15% no último levantamento); educação, com 9% (na pesquisa anterior, 10%); corrupção, também com 9% (ante 14% no último levantamento); desemprego, com 4%; economia, com 3%; e inflação, com 2%, entre outros indicados.

Entre os mais jovens, 36% apontam saúde como a área mais problemática, que é seguida por educação (16%). Na fatia dos mais escolarizados, 34% avaliam a saúde como principal problema do Brasil, 17% acreditam que é a educação, 15% citam a segurança, e para 13% é a corrupção.

Questionados sobre a área em que o governo federal está se saindo melhor, 16% mencionaram educação e 14% citaram a área social. Em seguida aparecem miséria/fome (11%), habitação (11%), saúde (4%), desemprego (4%), corrupção (2%) e economia (2%), entre outras. Uma fatia de 15% afirmou que o governo não se destaca positivamente em nenhuma área, e 14% não souberam opinar sobre o assunto.

As áreas de pior desempenho do governo federal coincidem com os resultados sobre o principal problema brasileiro: 40% indicam a saúde, e em seguida aparecem segurança/violência/polícia (16%), educação (7%), corrupção (7%), economia (6%), inflação (3%), e desemprego (2%), entre outras. Uma fatia de 3% avalia que o governo tem desempenho negativo em todas as áreas, e 10% não souberam opinar.

66% defendem democracia, índice mais alto desde 1989

A confiança na democracia como melhor forma de governo atingiu, em dezembro, seu índice mais alto desde setembro de 1989. Atualmente, 66% avaliam que a democracia é sempre a melhor forma de governo, índice acima do registrado em fevereiro deste ano (62%). Na primeira ocasião em que a questão foi submetida aos brasileiros pelo Datafolha, em 1989, 43% compartilhavam dessa opinião. No levantamento atual, há ainda 15% para quem tanto faz se o governo é uma democracia ou uma ditadura, 12% que acreditam que em certas circunstâncias é melhor uma ditadura do que um regime democrático, e 7% que não souberam opinar sobre o assunto.

Entre aqueles que estudaram até o ensino fundamental, fica abaixo da média a defesa da democracia como a melhor forma de governo (57%), e acima da média o índice dos que avaliam que tanto faz se democracia ou ditadura (19%) e dos que não opinaram (13%). Entre os mais escolarizados a tendência se inverte e 80% avaliam que a democracia é sempre a melhor forma de governo. Na fatia dos que avaliam o governo da presidente Dilma como ruim ou péssimo, um índice acima da média (17%) avalia que em certas circunstâncias é melhor a ditadura do que a democracia.

Para 68%, Dilma tem alguma responsabilidade em corrupção na Petrobras

A maioria dos brasileiros (84%) tomou conhecimento das prisões, no início deste mês, de executivos de empreiteiras acusados de corrupção em negócios com a Petrobras, sendo que 28% estão bem informados sobre o assunto, 42% estão mais ou menos informados, e 14% estão mal informados.

Para 85%, houve um esquema de corrupção em negócios da Petrobras que beneficiou empreiteiras, ex-funcionários da estatal e partidos políticos. Uma fatia de 2% acredita que não houve um esquema de corrupção para esse fim, e 13% não souberam opinar sobre o tema.

Entre os que acreditam ter existido um esquema de corrupção na Petrobras, 41% avaliam que os principais beneficiados por ele foram os partidos políticos, 11% indicam as empreiteiras como principais beneficiadas, e 8%, os ex-funcionários da Petrobras. Para 35%, todos eles foram beneficiados pelo esquema de corrupção, e 5% não souberam opinar.

A maioria dos brasileiros (68%) avalia que a presidente Dilma Rousseff tem alguma responsabilidade no caso de corrupção em negócios da Petrobras. Para 20%, ela não tem responsabilidade, e 12% não souberam responder.

Gestão Dilma foi a que mais teve corrupção investigada e punida, segundo brasileiros

Para medir a percepção de corrupção em governos que assumiram a Presidência após a redemocratização, em 1989, o Datafolha consultou os brasileiros sobre em qual deles houve mais corrupção, qual mais combateu a corrupção e em qual os corruptos mais foram punidos. Uma lista com todos os presidentes que governaram o país após 1989 foi apresentada aos entrevistados em todas as questões.

O governo de Fernando Collor de Mello é apontado por 29% como o governo mais corrupto entre os apresentados, e em seguida aparecem os governos Dilma (20%), Fernando Henrique (13%), Lula (12%), Sarney (6%) e Itamar Franco (1%). Uma fatia de 6% citou, espontaneamente, todos eles, e 12% não souberam responder.

Para metade dos brasileiros (49%), foi no governo de Dilma Rousseff que a corrupção foi mais investigada. Em seguida aparecem as gestões de Lula (16%), Fernando Collor (11%), Fernando Henrique (4%), José Sarney (2%) e Itamar Franco (1%). Para 3%, a corrupção não foi investigada em nenhum desses governos, 1% avaliam que foi investigada em todos eles, e 15% não souberam responder.

A gestão de Dilma também é a mais apontada (40%) quando os brasileiros são questionados sobre em qual governo os corruptos foram mais punidos. Em seguida são citados os governos Collor (12%), Lula (11%), Fernando Henrique (3%), Sarney (2%) e Itamar Franco (1%). Para 11%, em nenhum destes governos os corruptos foram punidos, 1% avalia que em todos eles houve punição, e 20% não souberam opinar sobre o assunto.

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Dilma Rousseff

Ex-presidente da República pelo PT (2011-16)