64% reprovam governo Dilma

DE SÃO PAULO

A reprovação ao governo Dilma Rousseff (PT) oscilou de 65% em dezembro de 2015 para 64% atualmente, o que aponta para um cenário estável na avaliação ruim ou péssima da gestão da petista pelos brasileiros. Nesse intervalo, o índice de aprovação à petista oscilou de 12% para 11%, e passou de 22% para 25% a parcela dos que classificam o governo Dilma como regular. Há ainda 1% que não opinaram sobre o assunto.

Entre os mais jovens, com idade entre 16 e 24 anos, a aprovação a Dilma fica em 7%, e entre os mais velhos, com 60 anos ou mais, esse índice alcança 18%. A petista também tem aprovação acima da média entre os menos escolarizados (15%), mas entre os mais escolarizados fica acima da média sua taxa de reprovação (68%). Na região Sudeste, 71% reprovam a gestão de Dilma, e na região Centro-Oeste, 72%. No Nordeste, a reprovação cai para 51%, e a aprovação vai a 16%.

Dilma aparece sentada, da cintura para cima. Ela tem cabelos de cor alaranjada, entrelaça os dedos sobre as pernas e olha para o lado, vestindo paletó vermelho. À sua esquerda e direita, encontram-se outros membros do governo sentados. Atrás do que está à sua esquerda, aparece parte da bandeira do Brasil.
Dilma participa de cerimônia de posse do novo ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência (SAE), Roberto Mangabeira Unger, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) - Pedro Ladeira - 5.mai.2015/Folhapress

Na parcela de simpatizantes do PT, Dilma tem taxas próximas de aprovação (31%) e reprovação (27%), e 42% consideram seu governo regular. Entre os que avaliam que a situação econômica pessoal melhorou nos últimos seis meses, 23% consideram o governo atual ótimo ou bom, e 46%, ruim ou péssimo. Na fatia dos que viram a situação econômica pessoal piorar, 73% dizem que a gestão Dilma é ruim ou péssima, e 5%, que é ótima ou boa. Há ainda os que dizem que a situação econômica própria ficou como estava, e neste grupo 57% consideram o governo da petista ruim ou péssimo, e 14%, ótimo ou bom.

De 0 a 10, a nota média atribuída ao desemprenho de Dilma Rousseff à frente da Presidência atualmente é 3,5, ante 3,4 em dezembro de 2015.

Nesse levantamento, realizado nos dias 23 e 24 de fevereiro de 2016, foram feitas 2.768 entrevistas em 171 municípios brasileiros. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

Na consulta sobre qual o melhor presidente que o Brasil já teve, Lula continua a ser o mais citado espontaneamente, embora seu percentual tenha oscilado negativamente entre novembro do ano passado (39%) e a atualmente (37%). O petista tem grande vantagem neste quesito sobre o segundo mais mencionado pelos brasileiros, Fernando Henrique Cardoso, indicado por 15% (em novembro, FHC tinha 16%). Em seguida aparecem Getúlio Vargas (6%), Juscelino Kubitscheck (5%), José Sarney (3%), Itamar Franco (2%), Fernando Collor de Mello (1%), João Baptista Figueiredo (1%), Dilma (1%) e Jânio Quadros (1%), entre outros com menos de 1%. Uma parcela significativa da população (20%), no entanto, não soube ou preferiu indicar nenhum nome.

O ex-presidente Fernando Henrique atinge 30% das citações sobre o mesmo assunto entre os mais ricos - é o único estrato sócio demográfico em que supera Lula. Entre os mais escolarizados, 23% mencionam o tucano, e 29%, o petista.

Apesar de seguir como o mais citado pelos brasileiros como o melhor presidente da história, os números atuais de Lula são significativamente menores do que quando ele se preparava para deixar o cargo, em novembro de 2010: à época, 71% o apontavam como melhor presidente. Em dezembro de 2012, esse índice caiu para 56%; em abril de 2014, foi a 50%; e em novembro do ano passado, a 39%.

Considerando todos os governos desde o liderado por José Sarney, o de Dilma Rousseff é o mais apontado, dentre os apresentados para consulta estimulada, como aquele em que houve maior número de casos de corrupção. Um em cada três (34%) indica a gestão da petista quando perguntado sobre o assunto. O índice é ligeiramente menor do que o registrado há dois meses (37%). Em dezembro de 2014, quando a questão foi apresentada pela primeira vez aos brasileiros, quem liderava esse ranking era o governo de Fernando Collor de Mello, citado então por 29%, e a petista tinha 20%. Atualmente, a gestão de Collor, que deixou o cargo após ser denunciado no Congresso por corrupção durante o período em que esteve à frente da Presidência, aparece com 20%, mesmo índice registrado pelo governo de Lula.

Em dezembro do ano passado, 17% consideravam o período de Lula na Presidência como o mais corrupto, e em dezembro de 2014, 12%. Em seguida aparecem as gestões de Fernando Henrique (7%), José Sarney (4%), Itamar Franco (1%) e em todos eles (4%), além de 9% que não opinaram.

Os brasileiros também foram consultados novamente sobre qual deveria ser a posição dos deputados federais em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff iniciado em 2015. Para a maioria (60%), os deputados deveriam votar a favor do afastamento, e para 33%, deveriam votar contra. Há ainda 4% que são indiferentes, e 3% não souberam opinar sobre o assunto. Esses resultados são similares ao registrado no levantamento realizado em dezembro do ano passado, quando 60% apoiavam o afastamento da petista, 34% eram contrários a essa medida, e 6% eram indiferentes ou não opinaram sobre o assunto.

Questionados se acreditam no afastamento de Dilma da Presidência da República, 60% disseram acreditar que ela não será afastada, e 33% pensam o contrário, que será afastada. Uma fatia de 7% não respondeu. Em dezembro de 2015, 54% acreditavam no afastamento da presidente. O auge da expectativa em relação ao afastamento de Dilma foi registrado em abril do ano passado, quando 64% avaliavam que ela deixaria o cargo.

A renúncia de Dilma Rousseff tem apoio similar ao impedimento: 58% opinam que a petista deveria renunciar à Presidência da República, e 37%, que não deveria renunciar, além dos 5% que não opinaram sobre o assunto. O índice dos que gostariam que a petista deixasse voluntariamente o cargo, atualmente, está no mesmo patamar registrado em dezembro (56%).

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