Temer atinge índice mais alto de reprovação desde redemocratização

DE SÃO PAULO

O governo do presidente Michel Temer (PMDB) é considerado ruim ou péssimo por 73% dos brasileiros, o que o torna o presidente com o índice mais alto de reprovação na série histórica do Datafolha que tem início com a redemocratização. Até então, a marca de presidente mais rechaçado pelos brasileiros pertencia a sua antecessora, Dilma Rousseff (PT), que em agosto de 2015 tinha seu governo avaliado como ruim ou péssimo por 71% da população. Dois meses após assumir a Presidência no lugar da petista, em julho do ano passado, o peemedebista tinha 31% de reprovação. Esse índice vem subindo desde então: passou para 61% em abril deste ano, alcançou 69% e agora atinge 73%, o mais alto já registrado na série histórica do Datafolha. Atualmente, 5% consideram o governo Temer ótimo ou bom, aprovação mais baixa desde 1989, e para 20% sua gestão é regular, além de 2% que não opinaram.

Na região Nordeste, a reprovação ao governo Temer atinge 84%. Entre os mais velhos, fica abaixo da média, em 65%.

De 0 a 10, o desempenho de Temer à frente do governo até o momento tem nota média 2,5. No início de seu mandato, tinha média 4,5.

Considerando as áreas de responsabilidade do governo federal, a saúde é considerada por 24% dos brasileiros, hoje, como o principal problema do país. Com isso, deixa para trás a corrupção, com quem na última pesquisa dividia a liderança de área mais problemática. Na pesquisa atual, a corrupção aparece na segunda posição, com 18%, empatada com desemprego (18%). Na sequência aparecem educação (10%), segurança (10%), e economia (6%), entre outros citados por 1% ou menos.

A saúde é vista como maior problema do país por 27% das mulheres, e por 20% dos homens. Entre os menos escolarizados, 25% apontam a saúde, e 23%, o desemprego. Na parcela dos mais escolarizados, 22% acreditam que seja a corrupção, 19%, que seja a educação, e 19%, que seja a saúde (a taxa do desemprego, no grupo, cai para 8%). Também há diferença entre o que pensam os mais pobres (25% apontam saúde, 22%, o desemprego, e 14%, a corrupção como principal problema do país) e os brasileiros de renda familiar mais alta. Entre quem obtém de 5 a 10 salários, por exemplo, 24% veem a corrupção como principal problema, e na sequencia aparecem saúde (18%) e educação (16%), com 11% apontando o desemprego. Entre quem tem renda superior a 10 salários, 26% indicam a saúde, 23%, a corrupção, e 17%, a desigualdade, com a falta de emprego ficando com 7%.

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