Presidente mais impopular do país desde a redemocratização, Michel Temer (PMDB) deve essa marca negativa mais a sua obra como governante do que à imagem pessoal ou a suspeitas de crimes que pesam contra ele ou seu governo. De forma geral, sua gestão é ruim ou péssima para 82%, ótima ou boa para 3% e regular para 14%, além de 1% que não têm opinião sobre o tema.
No universo dos que reprovam o governo Temer, metade (51%) justifica sua avaliação negativa com menções ao desempenho de Temer na economia, com destaque para os que citam desemprego (13%), preço dos combustíveis (13%), impostos (10%), alta de preços (9%) e economia ruim, sem especificar (8%), entre outras respostas espontâneas. Na parcela dos mais jovens, de 16 a 24 anos, 57% mencionam temas econômicos para justificar a desaprovação ao atual presidente. Na faixa posterior, de 25 a 34 anos, esse índice vai a 61%.
A desaprovação a Temer de forma mais genérica, sem apontar para questões econômicas, leva 21% a considerarem seu governo ruim ou péssimo. Nesse grupo, destacam-se os que apontam que o presidente não fez nada para os mais pobres (7%), de que ele não tem competência para governar (5%) e de que ele não está fazendo nada na posse do cargo (3%), entre outras justificativas.
Corrupção e desonestidade vêm a seguir, motivos que levaram 15% atribuírem à gestão Temer uma classificação negativa. Na sequência aparecem falta de investimento e problemas na área da saúde (11%), falta de investimento e problemas na área da educação (9%), greve dos caminhoneiros (6%), imagem pessoal do presidente (5%), falta de investimento e problemas na área da segurança (5%), previdência e reforma das aposentadorias (5%), reforma trabalhista e direitos dos trabalhadores (4%), falta de investimentos e problemas em programas sociais (2%) e pela forma como substituiu a presidente Dilma Rousseff (PT), entre outras razões citados por 1% ou menos dos que desaprovam o emedebista.
Entre os homens, 18% apontam a corrupção no governo como motivo para desaprovação, ante 12% na parcela de mulheres. Quando o assunto é a área de saúde e seus problemas, a tendência se inverte: mais mulheres (14%) do que homens (8%) veem o governo ruim ou péssimo por causa de seu desempenho nesta área. Nas faixas mais de renda familiar mais alta, a rejeição à imagem pessoal do presidente se destaca: entre quem tem renda de 5 a 10 salários, 10% apontam traços pessoais do presidente para justiçar sua desaprovação; na faixa acima de 10 salários, são 12%.
Na parcela que aprova o governo Temer, a principal justificativa vem de seu desempenho na economia (27%), ou seja, 1% ou menos da população vê na condução da economia um bom motivo para aprovar o emedebista. Há 14% desse grupo que dizem que o presidente está fazendo alguma coisa, tentando fazer alguma coisa, sem especificar suas ações, e 11% mencionam razões ligadas a sua imagem pública à frente do governo, entre outras razões com menor percentual.