A avaliação positiva do governo Lula (PT) oscilou de 29% para 28% entre abril e junho, apontando para um cenário estável após a mínima atingida em fevereiro deste ano (24%). Esse é o índice dos que consideram a gestão do petista ótima ou boa, que segue abaixo do índice dos que a avaliam como ruim ou péssima, que oscilou de 38% em abril para 40% atualmente. Em fevereiro, a avaliação negativa era de 41%. Há ainda 31% que avaliam o governo como regular (eram 32% em abril e também em fevereiro), e 1% que não opinou.
O petista tem avaliação positiva acima da média nos segmentos mais velhos (34% na faixa de 45 a 59 anos e 36% entre quem tem 60 anos ou mais), entre brasileiros que estudaram até o ensino fundamental (42%), na região Nordeste (37%) e entre católicos (33%). Entre seus eleitores no 2º turno da eleição de 2022, Lula tem seu governo considerado ótimo ou bom por 56%, 35% o veem como regular, e para 8% é ruim ou péssimo.
Entre os homens, 43% avaliam a gestão Lula como ruim ou péssima, índice superior ao registrado entre mulheres (37%). Outros segmentos em que se destaca a percepção negativa sobre o governo são a faixa de 25 a 34 anos (47%), entre brasileiros que estudaram até o ensino superior (48%), nos estratos com renda familiar superior a 2 salários (47% na faixa de 2 a 5 salários, 53% na faixa de 5 a 10 salários e 59% na faixa superior a 10 salários), entre pessoas brancas (46%), na parcela de evangélicos (50%) e na região Sul (49%).
O ensaio de recuperação na avaliação do petista, observado entre fevereiro e abril, foi frustrado em junho pela queda na percepção positiva do governo em segmentos que há três meses haviam potencializado o movimento de alta, notadamente brasileiros com ensino superior e nas faixas de renda mais elevadas. Entre fevereiro e abril, o índice de ótimo ou bom da gestão Lula havia subido de 18% para 31% entre quem estudou até o ensino superior, e agora houve recuo para 25%. No estrato com renda familiar de 5 a 10 salários, houve avanço de 18% para 31% na avaliação positiva entre fevereiro e abril, e queda para 19% em junho. Movimento parecido ocorreu entre os mais ricos, com renda familiar superior a 10 salários, com alta de 18% para 31% entre fevereiro e abril e queda para 20% em junho.
O petista manteve a resiliência em segmentos como a população com renda familiar de até 2 salários, no qual a avaliação positiva era de 29% em fevereiro, 30% em abril e 32% no início de junho, e no Nordeste, onde seu governo era visto como ótimo ou bom por 33% em fevereiro, 38% em abril e 37% no levantamento atual. Esses são os dois principais exemplos de segmentos amplos da população em que o governo do petista tinha índices de avaliação positiva acima da média até dezembro do ano passado, e nos quais enfrentou quedas significativas nos primeiros meses de 2025. Agora, vê uma avaliação estável, com oscilações positivas quando se compara o momento atual a fevereiro deste ano.
O trabalho de Lula como presidente tem a aprovação de 46% dos brasileiros, ante 48% na pesquisa anterior, de abril. A desaprovação é de 50% (eram 49% em abril), e 3% não opinaram. Há um empate entre aprovação e desaprovação quando se observam os limites da margem de erro da pesquisa, que é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, porém é maior a probabilidade de a taxa de desaprovação estar acima aprovação.
Entre os homens, a desaprovação é de 53%, acima do registrado entre as mulheres (48%). O índice negativo também fica acima da média entre brasileiros e 25 a 34 anos (56%), na parcela com ensino superior (57%), nas faixas com renda mensal acima de 2 salários (57% na fatia de 2 a 5 salários, 65% entre quem tem renda superior a 5 salários), na região Sul (60%) e no grupo de evangélicos (64%).
36% VEEM AÇÕES DE JANJA COMO PREJUDICIAIS AO GOVERNO, E PARA 40% PRIMEIRA-DAMA NÃO AJUDA NEM ATRAPALHA
Uma parcela de 36% dos brasileiros com 16 anos ou mais avalia que as ações da primeira-dama Janja mais atrapalham do que ajudam o desempenho do governo Lula, e 14% o pensam o contrário, que suas ações mais ajudam do que atrapalham a gestão do petista. Há ainda 40% que avaliam que as ações da primeira-dama não ajudam nem atrapalham no desempenho do governo, e 10% não têm opinião sobre o tema.
Entre quem aprova o desempenho do governo Lula, 49% veem o papel de Janja como neutro, 26%, como postivo, e 13%, como negativo. Na metade da população que desaprova a atual gestão, 57% consideram a atuação da primeira-dama prejudicial ao desempenho do governo, e para 32% ela nem ajuda nem atrapalha, além de 4% que atribuem a ela uma influência positiva.
Na parcela masculina da população, 42% acreditam que as ações de Janja mais atrapalham do que ajudam no desempenho do governo Lula, índice que cai para 30% entre mulheres. Na parcela com ensino superior, 49% atribuem à primeira-dama uma influência negativa sobre a gestão do petista, taxa superior à registrada entre brasileiros com escolaridade média (34%) e entre quem estudou até o ensino fundamental (26%).
NA COMPARAÇÃO ENTRE GOVERNOS, INFLAÇÃO E SEGURANÇA DESTACAM BOLSONARO ANTE LULA
Petista se sai ligeiramente melhor em educação, moradia e geração de empregos em contraste com antecessor.
Os brasileiros compararam o governo atual, do presidente Lula (PT), ao anterior, de Jair Bolsonaro (PL), em oito áreas, e combate à inflação e segurança são aquelas em que o petista se sai pior em relação ao antecessor.
Para metade da população (50%), Lula está se saindo pior do que Bolsonaro no combate à inflação, e 29% avaliam que o petista tem se saído melhor que o antecessor nesta área. Os demais avaliam o desempenho dos governos iguais nessa área (17%) ou não opinaram (4%). Entre quem votou em Lula no 2º turno de 2022, 16% avaliam que seu desempenho no combate à alta de preços é pior do que na gestão anterior, e para 22% é igual. No grupo de eleitores de Bolsonaro, 4% consideram que o governo atual é melhor do que o anterior no combate à inflação, e para 8% os governos se igualam nesta área. Na parcela com renda de até 2 salários, 43% consideram que Lula tem se saído pior do que Bolsonaro no combate à inflação, para 33% seu desempenho é melhor, e há 20% que veem desempenhos iguais. Nas demais faixas de renda, a comparação desfavorável ao petista se acentua: na faixa de 2 a 5 salários, 56% veem seu desempenho pior, índice que vai a 64% na faixa de 5 a 10 salários e alcança 68% entre quem tem renda superior a 10 salários.
Na segurança, 46% avaliam que o governo Lula tem desempenho pior do que o de Bolsonaro, e para 29% ele é melhor. Há 22% que consideram os governos iguais quando se trata de segurança, e 3% não opinaram. Na parcela que votou em Lula no 2º turno de 2022, 13% acreditam que ele tem se saído pior do que Bolsonaro na área da segurança, e para 28% seu desempenho se igual ao do antecessor. Entre eleitores de Bolsonaro na última disputa presidencial, 6% avaliam que o petista tem saído melhor na segurança, e para 11% o desempenho é igual.
O desempenho do governo Lula na área da saúde é percebido como pior do que na gestão Bolsonaro por 40%, no mesmo patamar dos que o veem como melhor (38%). Para 20%, eles são iguais. Entre quem votou no petista em 2022, 10% avaliam que seu governo tem se saído pior do que o antecessor na área da saúde, e para 19% eles são iguais. Na parcela que optou por Bolsonaro, 9% apontam o desempenho de Lula na saúde como superior, e para 15% o governo atual e o anterior se igualam nesta área.
No combate à pobreza, 41% avaliam que Lula faz um trabalho melhor do que Bolsonaro, e 40% pensam o contrário, que o desempenho do petista é pior nesta área. Para 17%, eles são iguais quando o tema é combater a pobreza, e 3% não opinaram. Entre eleitores de Lula no 2º turno de 2022, 8% avaliam seu desempenho no enfrentamento à pobreza como pior do que no governo anterior, e para 15% ele é igual. No grupo que votou em Bolsonaro, 11% acreditam que Lula tem um desempenho melhor do que o antecessor e oponente nesta área, e para 15% eles se igualam.
Também há uma divisão na percepção sobre os governos Lula e Bolsonaro no meio ambiente, com 38% atribuindo ao governo atual um desempenho melhor do que o antecessor, e 37%, um desempenho pior. Para 20%, eles tiveram desempenhos iguais, e 4% não opinaram. No conjunto das regiões Norte e Centro-Oeste, 43% avaliam que Lula tem se saído pior do que Bolsonaro na área do meio ambiente, ante 35% que o consideram melhor, além de 18% que igualam as ações dos dois governos. Entre os mais jovens, na parcela de 16 a 24 anos, 37% dizem que o governo Lula é melhor do que o governo de Bolsonaro na temática ambiental, índice similar ao dos que os consideram iguais (33%), e há 25% que veem a gestão petista como pior do que a anterior. Na faixa posterior, de 25 a 34 anos, a tendência é oposta: 43% avaliam que o atual governo é pior do que ao anterior no meio ambiente, ante 30% que o veem como melhor e 22% que os consideram iguais. Entre quem tem de 35 a 44 anos, 42% consideram o desempenho do atual governo pior, 38%, melhor, e 18%, igual. Na faixa de 45 a 59 anos, 42% avaliam que o atual governo se sai melhor na área ambiental, ante 37% que avaliam que têm desempenho pior, e 17% eles são iguais. Entre os mais velhos essa tendência se mantém: 42% veem o governo Lula como melhor, 38%, como pior, e 14%, como igual ao anterior.
A comparação na educação mostra que 42% veem o desempenho de Lula como melhor do que o de seu antecessor nesta área, e para 38% ele tem se saído pior do que Bolsonaro. Há 18% que consideram os dois governos iguais, e 3% preferiram não opinar. Na parcela que votou em Lula no 2º turno de 2022, 8% avaliam que seu governo tem desempenho pior do que anterior quando se trata de educação, e para 15% ambos se igualam nesta área. Entre eleitores de Bolsonaro, 11% acreditam que o petista supera o antecessor na educação, e para 17% seus desempenhos são iguais.
Quando se trata da geração de empregos, 43% consideram o governo Lula melhor do que o antecessor, 36% o veem como pior, e para 18% eles são iguais, com 3% sem opinião. Na faixa de renda de até 2 salários, 47% avaliam que o petista têm se saído melhor do que Bolsonaro na criação de empregos, e para 30% ele tem se saído pior, com 19% atribuindo desempenhos iguais a eles nesta área. Entre quem tem renda de 2 a 5 salários, 42% dizem que o desempenho de Lula é melhor, 40%, que é pior, e 16%, que é igual ao do antecessor na geração de empregos. No segmento com renda de 5 a 10 salários, 47% veem o atual governo é pior do que anterior nesta área, para 29% é melhor, e 21% consideram igual. Entre os mais ricos, com renda superior a 10 salários, a taxa dos que veem Lula como pior na geração de empregos é de 50%, ante 33% que consideram melhor e 16% que o igualam a Bolsonaro.
Na área de moradia e habitação, 40% atribuem ao governo Lula um desempenho melhor do que no governo Bolsonaro, e para 33% ele é pior. Os demais veem os governos com desempenhos iguais nessa área (22%) ou não opinaram (4%).