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Pesquisa Datafolha mostra que parcelas significativas dos brasileiros sentiram o impacto da inflação dos alimentos nos últimos meses e mudaram alguns hábitos de consumo alimentar. Das quatro situações pesquisadas: 61% declararam que diminuíram a quantidade de vezes que comem fora de casa, 58% reduziram a quantidade de alimentos comprados (esse índice sobe para 67% entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos), 50% trocaram a marca do café por uma mais barata e 49% diminuíram o consumo de café.
No agregado dessas quatro situações, 79% responderam afirmativamente para pelo menos uma delas. Esse índice é majoritário em todas as variáveis sociodemográficas e alcança patamares mais altos entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos (85%, ante 68% entre os que têm renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos), entre os que estão insatisfeitos com o governo Lula (87%, ante 64% entre os que estão satisfeitos com o governo federal) e entre os autodeclarados bolsonaristas (90%, ante 69% entre os autodeclarados petistas).
O impacto da inflação dos alimentos também foi sentido nas contas da casa. Das cinco situações pesquisadas: 50% declararam que diminuíram o consumo de água, luz e gás na residência, 47% buscaram outras fontes de renda mensal, 36% reduziram a compra de remédios (esse índice sobe para 45% entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos), 32% deixaram de pagar alguma dívida e 26% deixaram de pagar alguma conta da casa (esse índice sobe para 32% entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos).
No agregado dessas cinco situações, 76% responderam afirmativamente para pelo menos uma delas. O índice é majoritário em todas as variáveis sociodemográficas e fica acima da média entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos (80%, ante 58% entre os que têm renda familiar mensal de mais de 10 salários mínimos), entre os que estão insatisfeitos com o governo Lula (84%, ante 65% entre os que estão satisfeitos com o governo federal) e entre os autodeclarados bolsonaristas (84%, ante 69% entre os autodeclarados petistas).
Quando questionados sobre a quantidade de comida na residência, nos últimos meses, 61% consideram o suficiente, para 25% é menos do que o suficiente e 13% avaliam como mais do que o suficiente.
Em comparação à pesquisa anterior, de março de 2023, os índices são próximos: naquela data, 62% avaliaram a quantidade como é o suficiente, 23% como menos do que o suficiente e 15% como mais do que o suficiente. Na série histórica, a pior avaliação foi em julho de 2022 (55% avaliavam como suficiente, 33% como menos do que o suficiente e 12% como o suficiente) e a melhor, em outubro de 2022 (56% avaliavam como suficiente, 24% como menos do que o suficiente e 20% como o suficiente).
O atual levantamento foi realizado nos dias 01, 02 e 03 de abril de 2025, com 3.054 entrevistas presenciais em 172 municípios, com população de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.
PARA 54%, O GOVERNO LULA É O PRINCIPAL RESPONSAVEL PELO AUMENTO DO PREÇO DOS ALIMENTOS NOS ÚLTIMOS MESES
Quanto à responsabilidade do aumento do preço dos alimentos nos últimos meses, dos cinco agentes pesquisados, o governo do presidente Lula foi o mais responsabilizado.
Para 54%, o governo Lula tem muita responsabilidade pelo aumento da inflação dos alimentos (esse índice é mais alto entre os evangélicos, 62%, entre os insatisfeitos com o governo do petista, 80%, e entre os autodeclarados bolsonaristas, 79%), para 29%, tem um pouco, para 14%, nenhuma e 3% não opinaram.
Com taxas mais baixas de responsabilidade ficaram: as guerras no mundo (50% avaliam que têm muita responsabilidade, 24%, um pouco, 21%, nenhuma e 5% não opinaram), a crise climática (47% avaliam que têm muita responsabilidade, 28%, um pouco, 21%, nenhuma e 4% não opinaram) e a crise nos EUA (41% avaliam que têm muita responsabilidade, 27%, um pouco, 23%, nenhuma e 9% não opinaram).
E, por fim, com taxas mais baixas de responsabilidade ficaram os produtores agrícolas: para 27%, têm muita responsabilidade pelo aumento da inflação dos alimentos, para 30%, têm um pouco, para 38%, nenhuma e 4% não opinaram.