Bolsonaro passa de 32% para 34%, e Lula mantém 45%

Vantagem do petista sobre atual presidente é a menor desde maio

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Com 45% das intenções de voto, Lula (PT) lidera a disputa pela Presidência da República com 11 pontos percentuais de vantagem sobre Jair Bolsonaro (PL), que tem 34%. Essa é a menor distância entre eles desde maio deste ano, quando o petista era o preferido de 48% dos eleitores, ante 27% do atual presidente, em um cenário em que as principais candidaturas que compõem o quadro atual já haviam sido lançadas. Em levantamento realizado na semana passada, entre 30 de agosto e 1º de setembro, a vantagem do petista era de 13 pontos (45% a 32%).

A disputa pela Presidência tem ainda Ciro Gomes (PDT), com 7% (ante 9% há uma semana), Simone Tebet (MDB), com 5% (igual ao levantamento anterior), e Soraya Thronicke (União), com 1%. As candidaturas de Felipe d’Ávila (Novo), Vera (PSTU), Sofia Manzano (PCB), Eymael (DC), Léo Péricles (UP), Pablo Marçal (PROS) e Padre Kelmon (PTB) não atingiram 1% das intenções de voto. Uma parcela de 4% declara intenção de votar em branco ou nulo (eram 6%), e 3% não opinaram (eram 2%).

O campo da pesquisa aconteceu entre 8 e 9 de setembro, um dia após as comemorações cívicas de 7 de setembro, que também envolveram atos de campanha convocados pelo presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores nas principais capitais brasileiras. Para essa pesquisa foram realizadas 2676 entrevistas presenciais em 191 municípios, junto a eleitores de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no TSE sob o código BR-07422/2022.

Considerando os votos válidos, quando são excluídos votos em branco, nulos e o percentual de indecisos, Lula tem 48%, mesmo índice da pesquisa anterior, e Bolsonaro passou de 34% para 36%. Na sequência aparecem Ciro Gomes (8%) e Simone Tebet (5%). Para a apuração e divulgação do resultado oficial das eleições, a Justiça Eleitoral considera somente os votos válidos.

Na comparação com o levantamento feito no final de maio deste ano, Lula perdeu eleitores com mais intensidade na faixa de 16 a 24 anos (12 pontos, de 58% para 46%), na região Sul (dez pontos, de 47% para 37%) e no segmento evangélicos (oito pontos, de 36% para 28%).

O avanço de Bolsonaro desde maio, de sete pontos na média do eleitorado, foi mais forte entre eleitores de 16 a 24 anos (de 21% para 32%) e na faixa de seguinte, de 25 a 34 anos (de 28% para 40%), no segmento etário mais polarizado do eleitorado, em que Lula tem 42%. A alta também foi acima da média entre quem tem renda mensal familiar de 5 a 10 salários (de 37% para 49%), entre eleitores da região Sul (de 30% para 39%) e entre evangélicos (de 39% para 51%).

A diferença de 11 pontos de Lula sobre Bolsonaro é mais ampla entre mulheres (de 17 pontos, 46% a 29%), no eleitorado com nível fundamental de ensino (de 30 pontos, 56% a 26%), na parcela com renda familiar de até 2 salários (de 28 pontos, 54% a 26%), na região Nordeste (de 37 pontos, 60% a 23%), na parcela de cor preta (de 29 pontos, 54% a 25%), entre católicos (de 27 pontos, 54% a 27%), na fatia de homossexuais e bissexuais (de 66 pontos, 74% a 9%), e entre beneficiários diretos ou indiretos do Auxílio-Brasil (de 28 pontos, 56% a 28%).

Há empate entre o petista e o atual presidente, além da faixa etária de 25 a 34 anos, entre homens (43% para Lula, 39% para Bolsonaro), entre eleitores com escolaridade média (41% a 37%), na parcela com escolaridade superior (38% a 37%), no segmento de renda de 2 a 5 salários (41% a 37%), nas regiões Sudeste (41% a 36%), Sul (37% a 39%) e Norte (41% a 39%), e entre brancos (40% a 38%).

Bolsonaro abre vantagem sobre o petista, no 1º turno, entre quem tem renda familiar de 5 a 10 salários (49% a 34%), na parcela de eleitores com renda superior a 10 salários (42% a 29%), na região Centro-Oeste (47% a 30%) e entre evangélicos (51% a 28%).

Dois em cada três eleitores (65%) mencionam corretamente o número do seu candidato a presidente ou para voto nulo, com maior precisão entre eleitores de Lula (81%) do que entre quem declara voto em Bolsonaro (67%). Na parcela de eleitores de Ciro, a minoria (20%) cita corretamente seu número de urna, no mesmo patamar de Tebet (22%).

Entre aqueles que declaram intenção de votar em algum dos nomes apresentados, em branco ou anular o voto, 77% estão totalmente decididos sobre essa opção, índice estável em relação ao levantamento anterior (76%). Entre os homens, 18% ainda podem mudar de ideia sobre seu voto para presidente, índice menor do que o verificado entre mulheres (26%). O índice dos que ainda podem mudar de ideia até a eleição também é mais elevado entre eleitores de 16 a 24 anos (32%).

Na parcela que declara voto em Lula, 86% estão totalmente decididos, no mesmo patamar registrado eleitores de Bolsonaro (83%). Entre quem tem intenção de votar em Ciro Gomes ou Simone Tebet, 45% estão totalmente decididos, e 54% ainda podem alterar seu voto. Na parcela do eleitorado que pretende votar em branco ou nulo, 60% ainda podem mudar de ideia.

Para aqueles que ainda podem mudar de ideia sobre o voto para presidente, o Datafolha questionou qual seria essa escolha, pensando na mesma lista de presidenciáveis. De forma geral, Ciro Gomes é a segunda opção de voto de 25%, e na sequência aparecem Lula (18%), Bolsonaro (17%), Tebet (11%) e Soraya Thronicke (6%).

Entre potenciais eleitores de Lula que não estão totalmente decididos, 34% apontam Ciro Gomes como o nome com maior chance de herdar o voto caso desistam do petista, e na sequência aparecem Bolsonaro (21%) e Tebet (15%). No grupo que declara voto em Bolsonaro mas ainda não está convicto dessa escolha, Ciro (39%), Lula (26%) e Tebet (8%) são as alternativas de voto mais citadas. Entre eleitores não convictos de Ciro, 33% apontam Lula como o nome com maior chance de ser o candidato escolhido caso mudem de ideia, no mesmo patamar dos que optariam por Bolsonaro (30%, ante 20% na terceira semana de agosto). Na parcela que declara voto em Tebet, Lula (23%), Ciro (21%) e Bolsonaro (19%) são as alternativas de voto mais citadas.

Na pesquisa de intenção de voto espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados aos entrevistados, Lula lidera com 39% (tinha 40% há uma semana), e Bolsonaro aparece em segundo com 31% (tinha 29%). A candidatura de Ciro é citada espontaneamente por 4% (estável), e a de Tebet, por 2% (também estável). Os demais não atingiram 1%, há 4% que declaram intenção de votar em branco ou anular o voto, e 17% não responderam (igual ao levantamento anterior).

ÍNDICES DE REJEIÇÃO A BOLSONARO E LULA FICAM ESTÁVEIS

A rejeição aos candidatos que disputam a Presidência da República ficou estável em relação a levantamento realizado na semana passada. Quem lidera o indicador de rejeição é Jair Bolsonaro, em quem 51% não votariam de jeito nenhum (no levantamento anterior, 52%), e na sequência aparecem Lula (39%, mesmo índice anterior), Ciro Gomes (24%, também igual), Simone Tebet (14%), Soraya Thronicke (14%), Felipe d’Ávila (13%), Pablo Marçal (13%), Vera (13%), Léo Péricles (13%), Padre Kelmon (12%), Sofia Manzano (11%) e Constituinte Eymael (11%). Há 1% que rejeita todos os nomes apresentados, outro 1% que votaria em qualquer um deles, e 3% que não opinaram.

NO 2º TURNO, VANTAGEM DE LULA SOBRE BOLSONARO É DE 14 PONTOS

Em eventual disputa de 2º turno entre Lula e Jair Bolsonaro, o petista tem 53% das intenções de voto, ante 39% do atual presidente. Na pesquisa realizada entre o final de agosto e início de setembro, esses índices e 53% e 38%, respectivamente. Neste cenário, 7% votariam em branco ou anulariam o voto, e 1% não opinou.

Na parcela do eleitorado que declara voto em Ciro no 1º turno, 48% votariam em Lula na disputa contra Bolsonaro, que teria 26% desses votos. Uma parcela de 22% dos eleitores de Ciro votaria em branco ou nulo, e 3% não opinaram. Entre eleitores de Tebet, 41% votariam em Lula, e 22%, em Bolsonaro, com 33% optando pelo voto em branco ou nulo e 4% sem opinião.