Ricardo Nunes é o único que piora engajamento nas redes após cadeirada de Datena em Marçal

Demais candidatos conseguiram melhorar seus números ao explorar o episódio em seus perfis

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Este texto é uma parceria entre Datafolha e Codecs, empresa especializada em análise de cenários digitais e reputação

A agressão do apresentador José Luiz Datena (PSDB) contra Pablo Marçal (PRTB), durante o debate da TV Cultura, dia 15, foi tema protagonista nas redes sociais dos candidatos à Prefeitura de São Paulo no período de 16 a 22 de setembro, e serviu para que todos os principais concorrentes, com exceção de Ricardo Nunes (MDB), conseguissem crescer em engajamento.

O atual prefeito foi apenas o 6º em interações geradas a partir de suas publicações – aqui são consideradas curtidas, comentários e compartilhamentos. Pablo Marçal (PRTB) é quem lidera, e registrou seu recorde: 46.819.235 interações – melhores números desde o início de maio, quando o Datafolha e a Codecs começaram a monitorar semanalmente o pleito no ambiente digital.

Pablo Marçal (PRTB), Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB) e Ricardo Nunes (MDB). - (Fotos: Bruno Santos e Rubens Cavallari/Folhapress)


Nunes contabilizou 338.134 interações entre os dias 16 e 22 de setembro, uma queda de 16% em relação ao período anterior. Todos os seus principais concorrentes têm métricas mais relevantes e cresceram: Datena (+243%); Guilherme Boulos (+105%); Tabata Amaral (+84%); e Marina Helena (+70%).

Na semana anterior, o prefeito havia duplicado suas interações nas redes, mas a trajetória de crescimento foi interrompida no último período. Ele até aumentou em 15% o número de publicações nas redes sociais, mas o desempenho geral caiu.

Nunes fez posts sobre a cadeirada em Marçal – foram 3 só no dia 16, logo após o ocorrido -, mas não registrou grande engajamento, com exceção do conteúdo que mais colheu interações em suas redes, exatamente sobre o assunto, no qual lamentou a agressão.

Nunes aposta na associação a Tarcísio – só no Instagram foram 12 publicações em que a imagem do governador é explorada de alguma forma. Ele critica Boulos, Marçal, as gestões passadas do PT, mas não cita Jair Bolsonaro (PL).

O cenário foi inverso entre seus adversários. Pablo Marçal, após semana de queda, voltou a registrar crescimento, com 65 posts no Instagram com alguma referência à cadeirada. Entre suas 10 publicações com maior engajamento, 5 foram sobre a agressão sofrida – só esses posts tiveram 2.491.800 interações, mais do que qualquer outro candidato teve na semana toda, em todas as publicações.

O influencer também ampliou as críticas aos outros nomes na disputa - com 119 posts que citam ao menos um dos concorrentes, 125% a mais do que no período anterior. Esses conteúdos sobre adversários foram responsáveis por 39% de todo o engajamento do coach. Marçal também criticou Bolsonaro e Tarcísio.

Os principais posts de Boulos, Marina Helena e Tabata foram em repúdio à confusão. Boulos criticou, principalmente, Marçal; Marina focou em Datena, enquanto Tabata teve uma abordagem diferente, com uma avaliação negativa sobre os homens do debate, se colocando como alguém mais capaz de discutir ideias.

Datena foi quem mais cresceu, graças a dois conteúdos sobre a cadeirada, em que critica Pablo Marçal e evita falar em arrependimentos – juntos, eles contabilizaram 285.482 interações (60% de todo o engajamento em publicações dele).