Descrição de chapéu Opinião e sociedade Datafolha

Para 55%, o ex-presidente Jair Bolsonaro planejou um golpe para se manter na presidência

63% não querem anistia para os envolvidos nos ataques aos prédios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023

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A maior parcela dos brasileiros (55%) avalia que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou se manter na presidência da República através de um golpe de estado. Já para 39%, Bolsonaro não tentou se manter na presidência da República através de um golpe e 7% não opinaram.

Da parcela que avalia que Bolsonaro tentou se manter na presidência através de um golpe, são observadas taxas mais altas entre os menos instruídos (63%, ante 48% entre os mais instruídos), entre os moradores da região Nordeste (64%), entre os católicos do que entre os evangélicos (60%, ante 42%), entre os eleitores de Lula no segundo turno da eleição presidencial de 2022 (87%) e entre os que se autodeclararam como petistas (86%, ante 19% entre os que se autodeclararam como bolsonaristas).

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Manifestantes em protesto golpista durante confronto com a tropa de choque da Polícia Militar na praça dos três poderes, em frente ao Palácio do Planalto, que foi invadido pelos manifestantes. - Pedro Ladeira/Folhapress

Por outro lado, da parcela que avalia que Bolsonaro não tentou se manter na presidência através de um golpe, são observados índices mais altos entre os que têm 35 a 44 anos (46%), entre os mais instruídos (48%), entre os evangélicos (48%, ante 35% entre os católicos), entre os eleitores de Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial de 2022 (73%) e entre os que se autodeclararam como bolsonaristas (75%, ante 11% entre os que se autodeclararam como petistas).

O atual levantamento foi realizado nos dias 19 e 20 de março de 2024, com 2.002 entrevistas presenciais em 147 municípios, com população de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

Dois terços (65%) avaliam os ataques aos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do STF, no dia 8 de janeiro de 2023, como atos de vandalismo. Uma parcela de 30% avalia os ataques como uma tentativa de golpe e 5% não opinaram.

Da parcela que avalia os ataques do dia 8 de janeiro como atos de vandalismo, destacam-se os segmentos: eleitores de Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial de 2022 (77%, ante 52% entre os eleitores de Lula) e aqueles que se autodeclararam como bolsonaristas (76%, ante 54% entre os que se autodeclararam como petistas). Em contrapartida, daqueles que avaliam os ataques do dia 8 de janeiro como tentativa de golpe são observadas taxas mais altas entre os eleitores de Lula no segundo turno da eleição presidencial de 2022 (46%, ante 16% entre os eleitores de Bolsonaro) e entre os que se autodeclararam como petistas (44%, ante 17% entre os que se autodeclararam como bolsonaristas).

A maioria (63%) é contra a anistia às pessoas envolvidas nos ataques aos prédios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023. Já 31% são favoráveis, 2% indiferentes e 4% não opinaram.

A taxa de contrários à anistia é majoritária em todas as variáveis sociodemográficas e alcança patamares mais altos entre os eleitores de Lula no segundo turno da eleição presidencial de 2022 (71%, ante 53% entre os eleitores de Bolsonaro) e entre os que se autodeclararam como petistas (70%, ante 54% entre os que se autodeclararam como bolsonaristas). Por outro lado, a taxa de favoráveis é mais alta entre os eleitores de Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial de 2022 (40%, ante 24% entre os eleitores de Lula) e aqueles que se autodeclararam como bolsonaristas (41%, ante 25% entre os que se autodeclararam como petistas).

Os brasileiros têm opiniões divididas ao avaliar o trabalho do ministro do STF, Alexandre de Moraes, nas investigações e julgamentos sobre os ataques do dia 8 de janeiro. Uma parcela de 37% avalia o trabalho de Moraes como ótimo ou bom, 24% como regular, 33% como ruim ou péssimo e 6% não opinaram.

A taxa daqueles que avaliam o trabalho de Moraes como ótimo ou bom é mais alta entre os eleitores de Lula no segundo turno da eleição presidencial de 2022 (62%, ante 14% entre os eleitores de Bolsonaro) e entre os que se autodeclararam como petistas (59%, ante 14% entre os que se autodeclararam como bolsonaristas). Já daqueles que avaliam como ruim ou péssimo o trabalho do ministro, observam-se taxas mais altas entre os eleitores de Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial de 2022 (60%, ante 10% entre os eleitores de Lula) e aqueles que se autodeclararam como bolsonaristas (60%, ante 11% entre os que se autodeclararam como petistas).