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Apagão aparece em 65% da repercussão sobre Nunes

Dos dez posts com mais engajamento citando o prefeito, nove são negativos; debate domina menções a Boulos

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Este texto é resultado de parceria entre Datafolha e Codecs, empresa especializada em análise de cenários e reputação

O apagão em São Paulo dominou a repercussão sobre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) na última semana, e foi tema presente em 65% das citações ao chefe do Executivo entre os dias 9 e 15 de outubro. Os dados são do levantamento semanal produzido por Datafolha e Codecs acerca do que se fala da disputa eleitoral no ambiente digital.A coleta de dados é feita na internet em geral, um ambiente formado principalmente por redes sociais, mas também por portais de notícias, blogs e fóruns.

Nunes foi citado 206.624 vezes no período, uma alta de 270% em relação à semana anterior, não só por causa do apagão, mas também em virtude do desbloqueio do X, rede social que concentra boa parte das menções.

Na montagem, os candidatos Ricado Nunes (MDB), à esq., e Guilherme Boulos (PSOL) (Foto: Bruno Santos/ Folhapress)

Dos dez posts com mais engajamento mencionando o prefeito no período, nove eram negativos. Foram críticas de nomes como Pablo Marçal (PRTB), Mídia Ninja, da deputada federal Érika Hilton (PSOL), e de seu rival na disputa, Guilherme Boulos, que dedicou nada menos que 240 posts ao adversário em suas redes, contabilizando cerca de 2,7 milhões de interações (leia mais aqui).

O principal tema dos ataques ao prefeito foi justamente o apagão. Entre as dez postagens com mais engajamento citando Nunes, a única que não era negativa foi de seu maior cabo eleitoral, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em publicação com 43,8 mil interações no Instagram, Tarcísio informava as tratativas em conjunto com o prefeito para enfrentar a falta de luz, atribuía responsabilidade pela concessão ao Ministério das Minas e Energia e Aneel e cobrava celeridade no processo de caducidade da Enel.

Lideranças da esquerda, como a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, a deputada federal Samia Bonfim, além do próprio diretório nacional do PT, entre vários outros perfis, postaram críticas ao prefeito por conta do apagão.

A influência do apagão na repercussão sobre Nunes foi tanta que até ofuscou o peso das primeiras pesquisas do segundo turno, que respondem por 25% do volume de menções a ele.

Já a repercussão sobre Boulos foi dominada pelo debate da Band, realizado na segunda-feira (14), que concentrou 40% das menções, e pelas primeiras pesquisas eleitorais do segundo turno (35% das citações foram sobre isso).

Ao contrário do que ocorreu com Nunes, a repercussão sobre Boulos foi mais positiva. Entre os 10 posts com mais engajamento citando o psolista, 8 foram conteúdos repercutindo o debate da Band (dos quais 5 foram do veículo Mídia Ninja no Instagram, que publicou elogios à performance de Boulos e críticas a Ricardo Nunes, todos com alto número de interações).

Outro post entre os 10 mais engajados, com 44,8 mil interações, foi da Revista Oeste, de direita, reportando que Boulos virou "alvo do Ministério Público por suposta violação do sigilo de voto" ao entrar na cabine com a mulher e as filhas. Pablo Marçal também publicou no Instagram uma crítica a Nunes, citando Boulos, com 136,3 mil interações.

Já fora dos dez posts com mais interações, publicações de apoio a Boulos foram feitas por parte de lideranças da esquerda em âmbito nacional, como Gleisi Hoffmann, Marcelo Freixo, Lindbergh Farias e veículos de esquerda.

Por outro lado, o deputado do PSOL também foi atacado em posts com relevante engajamento por lideranças da direita, como os deputados federais Maurício do Vôlei, Bia Kicis e Carla Zambelli (todos do PL), que ironizou apoio anunciado por Datena ao psolista.

O também deputado federal Gustavo Gayer (PL) superou 21 mil curtidas, mil comentários e 4 mil compartilhamentos em um post no X com matéria sobre Boulos ter sido o mais votado entre presos.