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76% são a favor que embalagens de cigarros tragam imagens que ilustram males provocados pelo fumo 67% dos fumantes que viram as imagens afirmam terem sentido vontade de parar de fumar

Opinião Pública -

A maioria (76%) dos Brasileiros com 18 anos ou mais é a favor da obrigatoriedade, determinada pelo Ministério da Saúde, de que todas as embalagens de cigarro vendidas no Brasil saiam da fábrica com fotos que ilustram os perigos provocados pelo fumo, revela pesquisa realizada pelo Datafolha. Essa regra passou a valer a partir de 1º de fevereiro de 2002 e, segundo o Ministério da Saúde, tem a intenção de que essas imagens sirvam como uma contra-propaganda ao fumo, principalmente para os jovens.

A pesquisa também mostra que a maioria tomou conhecimento da campanha e que a maior parte dos fumantes diz ter sentido vontade de parar de fumar ao ver as imagens nas embalagens de cigarros.

Foram entrevistados 2216 Brasileiros com 18 anos ou mais em 126 cidades do país. A margem de erro para este levantamento é de, no máximo, dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

O apoio à medida é ligeiramente maior entre os não fumantes (77%) do que entre os fumantes (73%). Entre os que viram algum dos novos maços de cigarros com as imagens 81% são a favor; entre os que não viram as imagens essa taxa é de 68%.

A pesquisa mostra que, quanto mais jovens os entrevistados, maior o apoio à campanha, chegando a 82% entre os que têm de 18 a 24 anos. Essa taxa é de 77% entre os que têm de 25 a 34, e de 76% entre os que têm de 35 a 44 anos, percentuais próximos ao verificado para o total de entrevistados. O apoio fica abaixo da média entre os que têm de 45 a 59 (72%) e entre os que têm 60 anos ou mais (70%).

O apoio à medida chega a 83% entre os que estudaram até o 2º grau e os que têm nível superior de escolaridade, a 82% entre os que têm renda familiar mensal acima de cinco e até dez salários mínimos e a 81% entre aqueles cuja renda familiar supera os dez salários mínimos.

A maioria tomou conhecimento da campanha (79%) e já viu algum dos novos maços com as imagens (64%). Entre os fumantes, esses percentuais são de, respectivamente, 87% e 88%.

Dos fumantes entrevistados que viram as imagens 54% afirmam que mudaram de ideia sobre as consequências do fumo para a saúde depois de terem visto as fotos estampadas nas embalagens; 46% afirmam que continuaram pensando da mesma maneira. Entre os não fumantes ocorre o inverso: 60% dizem que não mudaram de ideia e 38% afirmam que as imagens fizeram com que mudassem de opinião a respeito das consequências do fumo para a saúde.

Indagados se sentiram vontade de parar de fumar ao ver as imagens 67% dos fumantes responderam afirmativamente; essa taxa chega a 74% entre os que já tentaram parar de fumar antes. Cerca de um terço (33%) dos fumantes, no entanto, diz não ter sentido vontade de parar de fumar ao ter contato com as novas embalagens dos cigarros.

A pesquisa mostra que a campanha teve maior impacto sobre os fumantes menos escolarizados e os que ganham menos: disseram que sentiram vontade de parar de fumar quando viram as imagens 72% dos fumantes que estudaram até o 1º grau, e 73% dos que têm renda de até cinco salários mínimos.

Essa vontade também se verifica com maior frequência entre os fumantes mais jovens: 73% entre os que têm de 25 a 34 anos e 72% dos que têm entre 18 e 24 anos pensaram em deixar o cigarro ao ver as imagens.

Para 70% dos entrevistados a campanha é muito eficiente no sentido de fazer com que as pessoas que ainda não fumam não adquiram o hábito; essa taxa é de 75% entre os fumantes e de 68% entre os que não fumam. Para 21% a campanha é um pouco eficiente e 6% acham que ela não é nada eficiente nesse sentido.

Um percentual menor (56%) atribui muita eficiência à campanha no sentido de fazer com que as pessoas que já são fumantes parem de fumar; entre os fumantes 59% têm essa opinião, e entre os não fumantes 55% pensam assim. Para 30% a campanha é um pouco e para 11% ela é nada eficiente para fazer com que os fumantes abandonem o cigarro.

Indagados sobre o que sentiram ou pensaram ao ver as imagens 29% disseram ter lembrado que cigarro faz mal para a saúde, 19% disseram que as imagens se tratam de um alerta para as pessoas e 16% acharam as imagens chocantes. Afirmam terem se sentido tristes 13% e ficaram com medo que acontecesse com elas o mesmo que aconteceu às pessoas retratadas nos maços de cigarros 10%. Segundo 8% a visão das imagens lhe fez pensar que quem fuma não deixaria de faze-lo por causa delas; por outro lado, 6% disseram ter sentido vontade de parar de fumar ou de diminuir o consumo de cigarros.

26% dos Brasileiros maiores de 18 anos são fumantes

Declaram que costumam fumar cigarros, mesmo que de vez em quando, 26% dos Brasileiros com 18 anos ou mais. Destes, 15% costumam fumar até 10 cigarros por dia; fumam mais de 10 a 20 cigarros 7% e mais de 20 cigarros por dia 2% dos entrevistados. A maioria (74%) dos Brasileiros maiores de 18 anos não é fumante. Há mais fumantes entre os homens (32%) do que entre as mulheres (20%). Entre os que têm de 35 a 44 anos o percentual de fumantes chega a 37%. O Sul é a região do país que concentra maior percentual (32%) e o Nordeste aquela na qual se encontra a menor taxa (22%) de fumantes.

Fumar é um hábito mais arraigado entre os Brasileiros menos escolarizados do que entre aqueles que têm mais anos de estudo. São fumantes 29% dos que estudaram até o 1º grau, 21% dos que têm nível secundário e 17% dos que chegaram à universidade. Verifica-se resultado semelhante no que se refere à renda familiar mensal: costumam fumar 27% dos que têm renda familiar de até cinco salários mínimos, 22% daqueles que ganham entre cinco e dez salários mínimos e 21% dos que ganham mais de dez salários mínimos.

maioria (71%) dos fumantes afirma que já tentou parar de fumar. Destes, 21% afirmam que já tentaram parar de fumar uma vez, 18% tentaram duas vezes, 12% fizeram três tentativas e 6% tentaram abandonar o cigarro quatro ou cinco vezes. A taxa dos que afirmam que já tentaram parar de fumar mais de cinco vezes é de 8%. Dos que não fumam atualmente 24% afirmam que já foram fumantes mas pararam de fumar.

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